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Região do Ipanema recebe FEF em Ação



Os moradores dos bairros Ipanema, Paulistano, Redentor e Uirapuru puderam participar da audiência pública do Projeto FEF em Ação – Responsabilidade Social e Cidadania, no último sábado, dia 15 de março, no Centro Comunitário do Jardim Paulistano.
Na primeira parte da audiência, as professoras Patrícia Moita Kawakame, coordenadora do curso de Enfermagem da FEF, e Vilma Beatriz Oliveira, coordenadora da Psicologia, apresentaram a síntese dos dados levantados pela equipe da Fundação. Foram mostrados gráficos, fotos e vídeos embasando os resultados da pesquisa.
O levantamento e tabulação de dados na região do Ipanema envolveram cerca de 300 alunos da FEF que visitaram, casa a casa, cerca de 700 famílias nos bairros Ipanema, Redentor, Uirapuru e Paulistano.
A pesquisa coletou dados nas mais diferentes áreas do conhecimento. No setor de saúde, por exemplo, detectou-se que naquela região há maior incidência de tabagistas, hipertensos, anêmicos e ainda muitas pessoas que sofrem de doenças respiratórias, ansiedade e depressão. Dentro deste quadro, a equipe da FEF apresentou sugestão de projetos que a instituição poderá desenvolver junto à população para combater essas doenças e evitar aquelas que podem surgir como conseqüência destas.
Também chamaram a atenção dados como o grande número de moradores que já precisaram ser atendidos pela Delegacia da Mulher e pelo Conselho Tutelar. Com relação à renda familiar, o FEF em Ação evidenciou que a maior parte das famílias pesquisadas (cerca de 70%) vive com até dois salários mínimos por mês.
“Eu conheço a história desses bairros e sei que os moradores enfrentam problemas aqui desde os primeiros loteamentos vendidos. Até agora, os próprios moradores têm buscado as soluções para os problemas. Mas a partir desse momento, o Projeto FEF em Ação veio para ajudar e junto ao Ministério Público e aos nossos parceiros vamos tentar melhorar a qualidade de vida nessa região”, disse Luiz Vilar de Siqueira, presidente da FEF.
Logo depois da explanação da equipe da FEF, seguiram-se as manifestações de moradores presentes na audiência. Salvador Castro de Souza, presidente da Associação de Moradores do Paulistano, salientou que um dos principais problemas que os moradores daquela região de Fernandópolis enfrentam hoje é quanto à travessia da Rodovia Euclides da Cunha. Não há passarela ou marginal próximas à saída dos bairros e a saída de veículos também é proibida em função da faixa contínua justamente naquele trecho.
“É um perigo ver crianças e idosos atravessando essa rodovia todos os dias”, ressaltou Souza. A mesma reclamação foi feita por outros moradores, que também criticaram a falta de infra-estrutura nos bairros, como lotes com mato, ruas sem asfalto e acúmulo de lixo em locais impróprios.
A FEF inaugura a primeira atividade prática do FEF em Ação na região no Ipanema no sábado, dia 29 de março, quando moradores dos quatro bairros em questão poderão participar da Feira de Saúde e Qualidade de Vida, já realizada pela equipe da FEF no CAIC.
“A Feira não é apenas uma ação isolada. É para que possamos começar a organizar os grupos de atendimento nesses bairros e para marcar o início das ações intervencionistas de várias equipes da Fundação, que vão atuar aqui durante o ano todo”, ressalta Patrícia Moita.

O Projeto FEF em Ação
O FEF em Ação surgiu de uma parceria firmada com o Ministério Público Estadual, por meio do promotor Dênis Henrique Silva, curador das Fundações e da Infância e Juventude. Trata-se de um projeto de extensão à comunidade que vai realizar o diagnóstico comunitário da população de Fernandópolis e região, nas dimensões da saúde, do meio-ambiente e da educação. O Rotary Club de Fernandópolis “Nova Era” e o Grupo Arakaki também são parceiros no projeto.
O objetivo é traçar um perfil das comunidades e indicar se a população tem recebido o devido atendimento público para a garantia da qualidade de vida. Depois de coletados dados por meio do sistema de amostragem, o Ministério Público terá em mãos um perfil da população da região, podendo cobrar do poder público ações que possam corrigir ou melhorar políticas públicas para a garantia da qualidade de vida nas comunidades locais.