A Petrobrás pode implantar parte do anunciado alcoolduto que deve ligar o Centro-Oeste do país ao Porto de Santos através da hidrovia Tietê-Paraná.
Uma das razões para a mudança dos planos seria a redução do custo de transporte, já que uma tonelada de carga transportada por via fluvial custa hoje em média R$ 13, contra R$ 32 por ferrovia e R$ 87 por rodovia.
O fator preponderante, embora a estatal não admita, é a injunção política. Há cerca de um ano, empresários de Araçatuba (entenda-se Udop União dos Produtores de Bioenergia), de olho grande nas perspectivas do Pólo Logístico de Água Vermelha, fazem lobby para desviar o traçado do alcoolduto.
Outra razão da mudança do curso das ações é o acordo entre a Petrobrás e a gigante japonesa Mitsui, que vai construir 40 usinas em Paranaíba, no Mato Grosso do Sul.
O prefeito de São José do Rio Preto, Edinho Araújo, mostrou-se preocupado com a possibilidade da perda do alcoolduto. Fatalmente, o crescimento regional será prejudicado, disse.
Há 14 anos lutando pela viabilização do Pólo Logístico de Água Vermelha, o empresário Carlos Lima, de Fernandópolis, culpa principalmente a inércia de prefeitos da região. Não fossem os cochilos e o pouco caso com que trataram o tema, hoje o porto poderia estar funcionando, afirmou.
Lima não mencionou a dupla, mas sabe-se que a prefeita de Fernandópolis, Ana Bim, e o prefeito de Ouroeste, Nelson Pinhel, cidades que firmaram um convênio com Iturama (MG) para viabilizar o projeto, sempre foram céticos em relação ao seu sucesso e jamais demonstraram entusiasmo Ana Bim chegou a se negar a adquirir um terreno para a instalação do centro de operações do porto seco em Fernandópolis, apesar de existir dotação de verba para isso.