Geral

REVOLUÇÃO CONSTITUCIONALISTA DE 32



No ano de 1932, o Brasil passara por uma transformação política, a partir de 1930, quando Dr GETÚLIO DORNELES VARGAS, chefiando um golpe militar, dizimava os poderes constituídos, estabelecendo um governo provisório, alegando irregularidade no pleito em que havia sido derrotado, impedindo a posse de seu adversário político à Presidência da República, o recém-eleito Dr JÚLIO PRESTES DE ALBUQUERQUE.

Os brasileiros de São Paulo, Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Minas Gerais e Rio de Janeiro sentiam sua liberdade ameaçada, momento que os ânimos se exaltaram, e chegaram ao auge, mormente em São Paulo, teatro do trágico acontecimento, onde quatro jovens, Miragaia, Martins, Dráusio e Camargo, em 23 de maio de 1932, na Praça da República, foram trucidados pela política ditatorial, o que viria a representar o heroísmo do soldado constitucionalista, originando a sigla M.M.D.C. surgindo a “Sociedade Veteranos de 32”.

Se foi de São Paulo de onde partiu o brado da Independência, como não poderia ser diferente, seria também de São Paulo o brado pela volta ao regime constitucionalista - o direito de viver em liberdade. A figura de um Paulista avultava, então imponente e majestosa, inflamando o povo bandeirante à arrancada constitucionalista: Ibrahim Nobre, o tribuno, sem dúvida a alma dessa Epopéia, o momento decisivo da consciência Paulistana. No dia 09 de julho de 1932, o movimento congregava militares, governo e povo, sendo que o próprio Interventor do Estado, Dr PEDRO DE TOLEDO, renunciava ao cargo e imediatamente era aclamado Presidente do Estado Paulista.

Houve uma imensa campanha de civismo para engrossar as fileiras com objetivo de enfrentar o “vultuoso inimigo”, e a adesão foi impressionante, todos queriam dar sua parcela de colaboração e coragem.
Aos poucos, porém, a situação definia-se implacável, pois a realidade era apenas uma: São Paulo só, numa luta hercúlea e desigual, contra um inimigo bem equipado e poderoso.

Os brasileiros de São Paulo, bravamente, tombavam, militares e civis, entretanto jamais se renderam em seu ideal constitucionalista.

Terminada de maneira imprevista, seus líderes,chefes, civis e militares foram exilados, seguindo a bordo do “Siqueira Campos”para Portugal. Com eles partia a saudade da Pátria querida pela qual lutaram com denodo.

JOSÉ PASCOAL NICOLETTI
Ten Cel PM Comandante