Geral

Sabesp deve investir R$ 8 milhões em avenidas



Sabesp deve investir R$ 8 milhões em avenidas
Caso o município de Fernandópolis renove o contrato de prestação de serviços de água e esgoto com a Sabesp, a empresa incluirá no “pacote” de encargos R$ 8 milhões, que serão investidos nas avenidas Getulio Vargas e Raul Gonçalves Junior. Depois da reunião com os vereadores, na última terça-feira, o diretor regional da empresa, Humberto Cidade Semeghini, concedeu esta entrevista:

CIDADÃO: Qual o balanço que pode ser feito dessa reunião?
HUMBERTO: Considero que foi um encontro produtivo, o assunto vem sendo discutido há tempos e há uma lista de pendências no processo de negociação, nós esclarecemos cada uma delas – algumas coisas poderão ser negociadas, outras não. Fernandópolis é um município essencial pra nossa atividade, estamos dispostos a negociar quantas vezes for preciso. A Sabesp é uma empresa que atende hoje cerca de 70% da população do Estado de São Paulo, o que corresponde a 365 municípios, e temos uma série de regras; há coisas que podemos alterar e outras que são mais difíceis. O novo contrato será muito mais democrático, pois teremos necessariamente que discutir com os prefeitos todo o planejamento, todas as atividades, a tarifa. Teremos obrigação de apresentar relatórios trimestrais das atividades e a cada quatro anos tudo o que foi discutido poderá ser revisto. Prestamos um serviço em Fernandópolis do mais alto nível, e a cidade tem 100% de abastecimento, 100% de esgotos implantados e 100% de esgoto tratado. Pode ser comparado a qualquer cidade de qualquer país desenvolvido do mundo.

CIDADÃO: Sabe-se que em alguns pontos da negociação a Sabesp não abre mão, como a redução das tarifas de água e esgoto e o desligamento temporário para imóveis fechados. Não há como negociar isso?
HUMBERTO: Ao longo dos próximos 30 anos, nós vamos implantar uma estrutura tarifária que mudará essas questões. Mas a tarifa deve remunerar o custo da prestação de serviço. A população que tem a capacidade de pagar deve fazê-lo. Um terço da população de Fernandópolis paga até R$ 21 por mês. Se você dividir isso por dia e por pessoa, daria cerca de R$ 0,30 por pessoa por dia. Nem se compara aos custos de telefonia e energia elétrica, que são bem maiores. Nessa reunião, avançamos na hipótese de aumentar o número de pessoas cadastradas na tarifa social. Se a pessoa não tem capacidade de pagar, você tem a obrigação de instituir a tarifa social – e nessas condições as tarifas da sabesp são muito baixas. Partimos do princípio de que não devemos deixar de cobrar, mas é uma tarifa quase que simbólica.

CIDADÃO: Se o novo contrato for aprovado, a Sabesp ficará com a responsabilidade de investir R$ 8 milhões em duas avenidas importantes da cidade, a Getulio Vargas e Raul Gonçalves Junior – seriam R$ 700 mil ainda este ano e R$ 7,2 milhões em 2008. Como foi que a empresa tomou a decisão de fazer essa oferta?
HUMBERTO: Nós entendemos que a Sabesp, uma empresa que está há 30 anos em Fernandópolis, e quer ficar mais 30, precisa ampliar um pouco o conceito de saneamento. E essas obras são necessárias para combater as enchentes no município. Em princípio, deveria ser realizada pela prefeitura, não é obrigação da Sabesp. Porém, no processo de negociação, nós decidimos incluir nos custos do novo contrato que faremos esse investimento de R$ 8 milhões, que deverão ser aplicados no sistema de drenagem da cidade de Fernandópolis.

CIDADÃO: Um dos problemas é o prazo. A empresa faz questão dos 30 anos, e a Lei Orgânica do Município prevê a hipótese máxima de dez anos.
HUMBERTO: Esse assunto merece uma explicação. Os investimentos que são feitos em saneamento básico são de longa maturação, ou seja, o período de retorno é longo. Uma estação de tratamento, por exemplo, demora 20 ou 25 anos para dar retorno sobre o capital investido. Um contrato de dez anos impossibilitaria vários investimentos.