Um é zelador da Escola Estadual José Gaspar Ruas, no bairro Jardim Rosa Amarela. O outro é vendedor de uma loja de materiais para construção. Uma decisão da Justiça pode fazer com que você, no futuro, ouça falar muito deles.
Salvador Castro de Souza, o zelador, foi candidato a vereador em Fernandópolis nas eleições de 2004, pelo PPS, numa coligação com o PT. Teve 496 votos e ficou como o segundo suplente.
Agora, recente decisão do Tribunal Superior Eleitoral, em consulta feita pelo ex-PFL nacional (atual DEM), determina que o mandato obtido nas eleições proporcionais pertence ao partido, e não ao candidato. A medida do TSE se deve ao princípio da fidelidade partidária e quer coibir os leilões e mudanças abusivas de partidos.
Esse entendimento pode afetar milhares de parlamentares federais, estaduais e municipais em todo o Brasil. No caso específico de Salvador, ele passou a ser o primeiro suplente de sua coligação, porque André Pessuto se desfiliou do PT em 2005. Assim, ele pode postular a vaga de Manoel Sobrinho Neto Junior, o Enfermeiro Manoel, que saiu do PT por desentendimentos com a cúpula partidária.
Embora esteja sem partido, Manoel efetivamente deixou a agremiação, e isso o inclui numa possível perda de mandato.
Salvador considera a situação complicada, mas acha que uma decisão do TSE deve ser respeitada: Estou acreditando que tenho algumas chances, mas com o pé atrás, disse o sorridente zelador de escola, que ingressou na política depois de muitos anos de militância no trabalho comunitário em bairros.
ZAROLA
Júlio César Alves de Carvalho é um nome totalmente desconhecido pela comunidade de Fernandópolis. Porém, basta falar no Zarola do Sgoti que boa parte da população saberá de quem se trata.
Zarola é vendedor na loja de materiais de construção Sgoti daí o apenso no apelido e disse que tomou conhecimento da possibilidade de se tornar vereador no município através do programa A Voz do Brasil.
Detentor de 492 votos nas eleições de 2004, pelo PSC, em coligação com o PMDB, ele pode agora vir a ocupar a cadeira de ninguém menos que o presidente do Legislativo, o vereador Ademir de Jesus Almeida, ex-PMDB. É que Ademir, na semana em que se elegeu presidente, mudou-se de mala e cuia para o PP do deputado federal Vadão.
O canto da sereia do parlamentar poderá custar caro a Ademir, se a decisão do TSE vingar. Ele e Manoel se declaram tranqüilos e acreditam que isso não vai virar nada. É possível. Como disse o próprio Zarola, estamos no Brasil...