Conforme noticiamos no último dia 24 de julho, o prazo para renovação do contrato entre Santa Casa de Fernandópolis e Universidade Brasil para a realização do internato dos alunos do curso de medicina terminaria no dia 27 de julho.
Como não houve um acordo para renovação, o administrador judicial do hospital, Marcus Chaer, informou o reitor da universidade, Felipe Sigollo, na última sexta-feira, 30, por meio de um ofício que “devido a não renovação do contrato, por ora, a partir de 02 de agosto, a Santa Casa de Fernandópolis não poderá ser campo de estágio de internato médico da Universidade Brasil até possível novo contrato”.
Após a divulgação desse ofício pela imprensa, a Universidade Brasil se manifestou por meio da referida nota abaixo.
“A Universidade Brasil lamenta que a Santa Casa de Fernandópolis, em decisão unilateral e arbitrária, tenha decidido interromper hoje o contrato de estágio de Internato Médico realizado na instituição, conforme ofício enviado pelo seu Administrador Judicial à UB.
A ação não prejudica somente alunos e a própria condição de Hospital Escola da Santa Casa, mas principalmente pacientes e a população local. Lembramos ainda que a Universidade fez reiteradas propostas para continuidade do contrato, sem nunca receber uma contraproposta factível.
A Universidade, além dos investimentos realizados no hospital ao longo da profícua parceria, paga mensalmente o acordado desde 2007. Essa instituição de ensino sempre arcou com seus compromissos financeiros junto ao hospital.
Tomaremos todas as medidas necessárias e esperamos que haja a continuidade do diálogo, respeitando os prazos e as condições desde sempre estabelecidas”.
A Santa Casa de Fernandópolis se manifestou na noite de ontem, 02, também por meio de nota, rebatendo as alegações da Universidade.
NOTA OFICIAL
Internato de Medicina
A Santa Casa Fernandópolis lamenta o posicionamento da Universidade Brasil divulgado em nota oficial na última sexta-feira, dia 30 de julho, referente a comunicação restrita às instituições.
É válido ressaltar que, ao contrário do exposto na nota, a decisão não é unilateral, nem arbitrária. Há mais de um ano, a Santa Casa Fernandópolis tem apresentado propostas com base em suas necessidades institucionais e empresariais. O estabelecimento de parcerias deve satisfazer os custos operacionais, a fim de evitar prejuízos ao Hospital, não devendo este ser lesado pelos interesses de terceiros.
Não havendo por parte da contratante a apresentação de contraproposta que fosse coerente e sensata, não foi possível o justo estabelecimento de novo contrato para a continuidade da cessão da estrutura do Hospital de Ensino Santa Casa Fernandópolis como campo de estágio para o internato médico do curso de Medicina.
Ao contrário do que expressa a nota emitida pela Instituição de Ensino, a continuação do Internato, até o momento, só foi possível graças à boa vontade da Santa Casa Fernandópolis. Mesmo com suas privações financeiras, o Hospital sempre atuou de modo a não desamparar os alunos, fornecendo estrutura mínima de atuação, mesmo sem haver, por parte da Instituição de Ensino, investimentos na infraestrutura e conforto dos alunos, reivindicações que foram incluídas pela Santa Casa em suas negociações, a fim de possibilidade melhores condições aos alunos.
Aproveitamos para também afirmar à comunidade de Fernandópolis e região, que o Hospital possui profissionais médicos contratados, sendo que a suspensão do Internato, em nada interfere no atendimento aos pacientes.
Tal ação não afetará a condição da Santa Casa Fernandópolis como Hospital de Ensino, tanto que continua recebendo em suas dependências os estudantes de cursos da área de saúde de Instituições de Ensino Superior que firmaram contrato para tal. Mais uma vez, lamentamos pela insensatez da nota divulgada e pelo posicionamento da instituição, que prejudica seus alunos, como pudemos observar nas manifestações das lideranças estudantis.
A Santa Casa Fernandópolis passa por um imprescindível momento de reestruturação. Ressaltamos que continuamos abertos para a efetivação de parcerias que atendam às necessidades institucionais, inclusive com a Universidade Brasil, desde que respeitado o diálogo e o bom senso da gestão empresarial, a fim de garantir o equilíbrio econômico e financeiro para que possamos continuar a desempenhar tão importante papel na garantia na assistência à saúde da população.