Saúde

Santa Casa nega referenciamento, mas diz estar preparada para o coronavírus



Santa Casa nega referenciamento, mas diz estar preparada para o coronavírus

O administrador judicial da Santa Casa de Fernandópolis, Marcus Chaer, negou, em pronunciamento oficial, transmitido em vídeo pelas redes sociais, na tarde desta quinta-feira, 19, os boatos de que o hospital será referência regional em caso de um eventual surto do coronavírus. O executivo disse, no entanto, que a entidade está preparada para uma possível crise relacionada à doença.

O pronunciamento se deu após a divulgação de um áudio em diversos grupos de WhatsApp, onde um suposto médico da Santa Casa afirma que o hospital foi credenciado como única referência regional, além do Hospital de Base de Rio Preto, para o tratamento de pacientes com o novo vírus.

“Isso não é verdade até o momento. Não há nada de verba ou dinheiro prometido ou direcionado para nós. Estamos aguardando a nossa secretaria do estado de Saúde e o Ministério da Saúde nos orientar sobre como devemos proceder em relação ao coronavírus, principalmente no tocante ao credenciamento de leitos.  Não há nada sobre sermos referência de todo noroeste do estado em relação aos atendimentos do coronavírus, por enquanto somos referência dos 13 municípios da região de nossa abrangência”, disse Chaer em seu pronunciamento.  

Apesar da negativa, o administrador judicial disse que hospital está preparado para enfrentar um eventual surto do Covid-19, graças a um plano de emergência e contingenciamento criado pela Santa Casa, em parceria com profissionais, que foi dividido em três etapas, sendo que a primeira delas já está em andamento.

“Elaboramos há algumas semanas, em parceria com os infectologistas Marcio Gaggini e  Maurício Favaleça e a enfermeira responsável pelo nosso núcleo epidemiológico, Letícia Caramelo, um plano de emergência e contingenciamento. Nós bolamos toda a estrutura, caso Fernandópolis venha a ter um surto de coronavírus, com todas as diretrizes que deveremos seguir divididos em três fases distintas, sendo a primeira já executada, que é a fase de profilaxia, ou seja, preparo, prevenção”, completou.

Segundo ele, a Unidade II do centro hospitalar foi reformada em caráter emergencial para ser adaptada para um eventual isolamento. “A recomendação, caso haja a necessidade de uma unidade de isolamento, é que guardemos uma ala inteira para isso. Estamos adequando e tentando adaptar todo o hospital para que não haja o contato desses pacientes com síndromes gripais ou suspeita de coronavírus, com os outros pacientes do hospital”, explicou.

Além disso, ainda segundo Chaer, também faz parte do plano de contingenciamento o treinamento dos colaboradores desde a recepção, portaria, assistência ao corpo clínico.

“Essa primeira fase já executada não quer dizer que teremos mil casos da doença em Fernandópolis ou que lotaremos nossos leitos, mas sim que estamos preparados. Preferimos nos precaver caso haja, eventualmente, essa situação. O pessoal que está passando pelos treinamentos aqui com a gente está pronto e preparado para atender esse tipo de situação. Lembrando, que essa situação é similar a uma situação de guerra, caso o Brasil chegue a este nível, o que seria a fase 3 do nosso plano de contingenciamento e emergência”, afirmou.

DOAÇÕES  

Além dos esclarecimentos, Marcus Chaer aproveitou a oportunidade para pedir ajuda ao empresariado, sociedade organizada e população em geral, que ajudem o hospital com doações diante do grande aumento nos custos operacionais.

“Caso algum familiar de vocês tenha alguma complicação pela doença, a pessoa será tratada aqui. Independente do que aconteceu no passado nesse hospital, hoje nós nos preocupamos com o ser humano que está aqui dentro. Nesse momento de pandemia cabe a todos nós mantermos a cabeça, evitar o pânico e salvar quem quer que seja que adentre nossas instalações e temos todo o suporte técnico para isso. Mas precisamos da ajuda de todos, pois os preços estão super elevados. Nós comprávamos máscaras por R$ 0,10, hoje pagamos R$ 4,98.  Precisamos de doações em insumos, alimentos, pelo telemarketing. Então venho pedir esse apoio encarecidamente. Estamos organizados e nos organizando para essa situação, mas precisamos de ajuda”, concluiu.