A Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) anunciou nesta terça-feira em Paris que os Estados brasileiros de São Paulo, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Sergipe e Tocantins, além do Distrito Federal, são áreas livres da febre aftosa.
O anúncio aconteceu durante a 76ª Sessão Geral Plenária da OIE, o que faz com que o Brasil restabeleça o reconhecimento sanitário de que gozava até 2005, ano em que focos da doença, surgidos no Mato Grosso do Sul, comprometeram as exportações dos estados limítrofes, incluindo São Paulo, onde há doze anos não são detectados casos da doença.
Quanto ao rebanho sul-mato-grossense, as autoridades sanitárias da OIE pediram informações adicionais, e o governo brasileiro espera que, em dois meses, uma nova análise seja feita, o que possibilitaria a liberação dos rebanhos daquele estado.
Pecuaristas e representantes de entidades acreditam que a notícia não trará grande impacto no já aquecido mercado, uma vez que a baixa oferta induz à elevação de preços. Do ponto de vista sanitário, é uma grande notícia, avaliou Pratini de Moraes, ex-ministro da Agricultura e atual conselheiro da Abiec (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne).
O preço da arroba de boi, que historicamente girou em torno de US$ 20, custa hoje R$ 83 no interior de São Paulo, o equivalente a US$ 50. Em Fernandópolis, o frigorífico pertencente ao Grupo Mozaquatro, recentemente arrendado para a Estrela Alimentos, deverá reiniciar atividades em junho, com capacidade de abate de 700 cabeças por dia. A administração não sabe informar se o frigorífico vai operar com capacidade plena, por causa dos estoques reduzidos.
A restrição na oferta acaba provocando pressão por novos aumentos. O rebanho brasileiro nunca diminuiu tanto como nas últimas décadas, o mercado tem preferido a exportação e o consumidor brasileiro chega a pagar US$ 2 mil pela tonelada da carne.