O vice-prefeito Gustavo Pinato (PPS) diz ter sido pego de surpresa pelo decreto editado pelo prefeito André Pessuto (DEM), no último dia 11, que delegou ao procurador jurídico do Município, João Pimenta, as funções administrativas da Prefeitura. Pessuto teria viajado para o exterior deixando um secretário em seu lugar.
O decreto dando “super poderes” a um secretário em vez de permitir que o vice assuma a administração levantou boatos sobre o rompimento de Pessuto e Pinato ou da falta de confiança do primeiro para com o segundo.
Procurado por CIDADÃO, Gustavo disse ter sido pego de surpresa, mas negou qualquer atrito. “Fui pego de surpresa, fiquei sabendo hoje pela imprensa. Mas não tenho nenhum problema com o André, muito pelo contrário, nossa relação é bem harmônica”, disse Pinato em contato telefônico.
CIDADÃO procurou a Prefeitura, mas até o fechamento desta reportagem não houve manifestação.
CASO SEMELHANTE
A nomeação de assessor para funções administrativas não é novidade em Fernandópolis e já chegou a gerar rompimento entre prefeito e vice-prefeito. O ex-prefeito Newton Camargo, na gestão 1983 a 1988 atribuiu, por decreto, super poderes ao então assessor especial João Carrasco, incluindo substituir o prefeito. Na época, o vice-prefeito Rubens Dalton Garcia Stropa chegou a romper com Camargo.
Em entrevista ao Jornal CIDADÃO em 2016, Stropa relembrou o episódio: “Esse assessor (João Carrasco) chegou em Fernandópolis, era um estrangeiro na cidade, e se apoderou do cargo de vice-prefeito. Ele chegou foi a Matão e se passou como vice-prefeito de Fernandópolis, quando foi tratar do projeto da vaca mecânica. Tinha um promotor lá, que foi meu companheiro de turma na faculdade, que me ligou e indagou: Você não falou que era vice-prefeito em Fernandópolis? Veio um cara aqui e falou que era o vice. Ai larguei mão, abandonei tudo, nem café ia mais tomar no Paço Municipal. Eu me senti ultrajado, porque ele chegou aqui e tomou minha posição de vice-prefeito”.
