Após seis meses do cancelamento do evento CarnaUni (Carnaval Universitário), que deveria ter acontecido em outubro de 2007, os jovens que adquiriram os abadás ainda não receberam o reembolso referente ao valor cobrado pelo convite. De acordo com os estudantes, nenhuma justificativa foi dada desde o dia da festa. As pessoas continuam no prejuízo e esperam por alguma solução dos organizadores.
A estudante G.C.R., 19 anos, diz que seu namorado adquiriu seus convites em uma academia da cidade, o mesmo lugar onde os ingressos foram trocados pelos abadás.
Pagamos R$ 15 cada um, mas o valor para quem comprou depois era R$ 25. No dia da festa havia dois policiais na porta do recinto. Perguntamos o que estava acontecendo e nos disseram que a festa não seria realizada. Se não tivéssemos perguntado nem teríamos resposta.
A estudante e o namorado foram apenas duas das pessoas que perderam dinheiro, além da frustração pelo cancelamento da festa e de se sentirem enganadas pela organização.
Até hoje não vimos a cor do dinheiro. Não fomos atrás de ninguém na época porque ninguém disse que teríamos o dinheiro de volta.
O evento foi organizado pelos promoters Marco Maciel e Ricardo Oliveira. O CarnaUni chegou a ser cancelado mais de uma vez por falta de estrutura na segurança da festa. Na época a juíza Luciana Cochito, da 1ª Vara Cível de Fernandópolis, acolheu parecer do Ministério Público, que pedia a proibição do evento por falta de segurança.
Eu e um amigo fomos até o recinto e havia vários carros de outras cidades. Ninguém avisou nada pra gente, inclusive meu amigo ficou sem abadá porque já tinham recolhido tudo. Não recebi dinheiro nenhum de volta, desabafou Osmar Cavalotti, estudante de Administração da Fundação Educacional de Fernandópolis.
Ele relatou ainda que não divulgaram informação alguma sobre a devolução do valor investido nos abadás. Isso é uma palhaçada e uma falta de responsabilidade, diz.
De acordo com um dos proprietários da academia onde foi vendida uma parte dos convites, cerca de 1.500 abadás já haviam sido comercializados até a data do evento. Entre esses 1.500, apenas 150 foram vendidos na academia. O restante foi comercializado em outros cinco pontos de venda em Fernandópolis. Apesar de intermediarem as vendas na cidade, o proprietário da academia conta que o telefone de contato dos organizadores não tem atendido às ligações desde o fracasso do evento.É impossível falar com eles.
O evento já havia sido cancelado uma vez antes do episódio em outubro. A primeira versão da micareta, que estava programada para o dia 20 daquele mês, aconteceria no estacionamento da Unicastelo. Já a segunda foi remarcada para acontecer no recinto de exposições Percy Waldir Semeghini, local que não atendeu às exigências do MP, da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros. Os organizadores do evento também não haviam conseguido autorização do Juizado da Infância e Juventude para a presença de menores.
Até o fechamento desta edição os promoters Marco Maciel e Ricardo Oliveira não foram encontrados pela equipe de jornalismo do CIDADÃO.