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“Ser voluntária sara qualquer doença”



“Ser voluntária sara qualquer doença”

A frase é da atual presidente da Volfer – Associação dos Voluntários da Santa Casa de Fernandópolis, dona Sueno Babá Sato. Ela recebeu o CIDADÃO em sua casa para falar do trabalho da associação que resultou na reforma de uma unidade de internação da Santa Casa o que exigiu um trabalho hercúleo para levantar os recursos necessários. “Graças a Deus conseguimos. Acho que foi pela credibilidade da Volfer, formada de voluntárias que todos conhecem e que começou pelas mãos de uma pessoa muito importante na cidade que é a dona Wandalice Franco Renesto, que foi a fundadora e é nossa presidente de honra”, disse a nossa entrevistada. A unidade 6, novinha em folha, foi inaugurada nesta sexta-feira, 8. A Volfer foi fundada em 30 de julho 2008, e atua como uma entidade de apoio às ações da Provedoria da Irmandade e do Corpo Clínico do Hospital, participando e realizando campanhas para arrecadação de fundos e de promoção humana. A presidente atual diz que Volfer acompanha de perto o trabalho da nova gestão. “Eles dizem que somos um grupo de apoio para eles, porque somos de Fernandópolis e nos tratam com muito respeito”, diz. Veja a entrevista: 


Conta sobre esse projeto da Volfer que resultou na reforma da Unidade 6 da Santa Casa. Como surgiu essa ideia?
Ano passado, as maçonarias nos convidaram para participar do Bazar D´Amor. As maçonarias nos chamaram para ver o que precisava na Santa Casa, pra Volfer fazer esse trabalho, já que nós estamos muito perto, fazendo visitas e sabemos o que precisa. Nas reuniões surgiu esse megaevento do Bazar que deu um dinheiro muito bom. Nessa época já estava como presidente, fiquei preocupada em ser transparente com o dinheiro do Bazar que veio para a Volfer. Ficamos na responsabilidade de fazer algo bem grandioso para agradecer a população que ajudou numa época que a Santa Casa estava em situação ruim. Foi quando surgiu, em uma das reuniões, a ideia de reformar a Unidade 6. Muitos perguntaram: Sueno, por que a Unidade 6? Por que não começa por uma Unidade do SUS, já que o nosso estatuto consta que a Volfer foi criada para ajudar pacientes do SUS. O que pude responder foi que, se a gente reformasse uma unidade SUS, seria muito dispendioso porque são três unidades com quartos grandes e estavam muito mais estragados em termos de rede elétrica, encanamento, banheiros e demandaria muito mais recurso. Visitamos a Unidade 6, que era a que dava para fazer a reforma tendo como base esse dinheiro do Bazar D´Amor organizado pelas maçonarias de Fernandópolis. Foi quando a Sandra (Godoy, provedora) saiu e entrou o Edilberto Sartin e começamos a conversar para amadurecer a ideia. Surgiu então essa equipe nova da OSS Andradina, agora OSS Fernandópolis. Eles até agradeceram pelo trabalho da Volfer, ficaram surpreendidos com o amor que a população tem pela Santa Casa, apesar das críticas que tem. 
O dinheiro do Bazar não era suficiente para bancar a reforma. O que foi feito para se conseguir os recursos que faltavam?
Realmente, o dinheiro do Bazar era a base para esse trabalho. Então em abril começamos a pedir o patrocínio e foi interessante esse trabalho, porque a gente não foi pedindo um valor. Nós fizemos um orçamento, o Junior da Secol nos ajudou muito, para saber o custo para reformar a Unidade 6, trocar a mobília, enfim, deixar a Unidade nova. O custo da reforma de cada quarto ficou orçado em R$ 5 mil. A unidade tem 17 quartos. A preocupação era se iríamos dar conta. A gente tinha a base, que era o dinheiro do Bazar. A Volfer é uma associação formada por voluntárias aposentadas. Graças a Deus deu tudo certo, porque a população de Fernandópolis é muito solidária. Eu nunca fui do meio da sociedade, de Rotary, de Lions, trabalho no nosso clube (Clube Tóquio) mais quietinha. A medida que a gente foi conversando, foi tão espontâneo o patrocínio que eu fiquei boba. Os 10 primeiros que visitamos já tinha certeza que iríamos conseguir. Acho que foi pela credibilidade da Volfer, formada de voluntárias que todos conhecem e que começou pelas mãos de uma pessoa muito importante na cidade que é a dona Wandalice Franco Renesto, que foi a fundadora e é nossa presidente de honra.
Nesse momento de inaugurar a reforma da Unidade 6, qual o sentimento que sobressai?
Foi um trabalho muito gratificante e agradeço a Deus por nos ter dado a oportunidade de pensar nessa reforma, nas pessoas, nos patrocinadores que nos ajudaram a conseguir essa quantia. E todos constam no quadro. O amor de todo mundo, de querer fazer alguma coisa, fez o resultado. 
Esse trabalho deve abrir caminho para a própria Santa Casa viabilizar a reforma das unidades do SUS?
Sim, o resultado do leilão (mais de R$ 200 mil) que foi realizado em novembro, será aplicado para reformar uma ou duas unidades. Acho que a Santa Casa está indo bem, pela situação que estava. 
Nessa mudança de direção, a senhora está sentindo que as coisas caminham melhor para a Santa Casa?
Eu acho que sim. Os funcionários já estão recebendo em dia, os médicos também. Temos tido uma boa relação com essa nova direção. Eles dizem que somos um grupo de apoio para eles, porque somos de Fernandópolis. Nos tratam com muito respeito e temos conversado abertamente. Parece que estão no caminho certo. Tem muita crítica, algumas que a gente fica receosa e vamos perguntar para saber o que está acontecendo para poder responder para a população. Eles demonstram muita confiança na Volfer.
Como a senhora chegou na Volfer?
Eu cheguei três anos depois da fundação. A primeira vez que me convidaram, fui numa reunião, tinha bastante voluntários. Fui com um pensamento e cheguei lá era outra coisa que estavam comentando. Não me chamou a atenção e fui embora. No outro ano, a dona Wandalice me convidou, entrei na segunda gestão dela (a gestão é de dois anos e ela ficou quatro). O que eu aprendi na Volfer não tem como definir. Foi muita coisa, porque eu passei a conviver com senhoras com muita experiência e de coração muito bom. Não tem como explicar o que a gente sente lá dentro. Se as pessoas soubessem como é bom, não ficariam em casa.
A senhora se descobriu nesse trabalho uma líder?
Na liderança, sim. O Rui (Okuma) quando foi prefeito me convidou de supetão para a Secretaria da Educação. Nunca imaginei esse convite, ele nunca havia falado nada e quando ligou, assustei. Eu não sabia nem pegar um microfone, o meu negócio era sala de aula, dentro da escola sempre fui líder, mas fora não, porque só atuava  no nosso clube onde fui presidente (a única mulher presidente do Clube Tóquio). Agora estou na presidência da Volfer, com mandato até junho, estou terminando mandato também de presidente no Instituto Sonhadores e também comando o departamento dos idosos no Clube Tóquio. 
E esse time de mulheres que formam a Volfer?
Nossa, que time! Muita satisfação, muita alegria, muito amor no coração pra dar. Ser voluntário é muito bom. Acho que sara qualquer doença.
Quando a aposentadoria foi chegando, a senhora se imaginou fazendo esse trabalho de voluntária?
Não, tanto é que quando aposentei no estado, fui procurar duas entidades para trabalhar, mas é interessante, encontrei grupos fechados, foi difícil para eu e uma colega entrar. No segundo grupo também foi difícil. Ai me afastei. Eu queria trabalhar em entidade. Depois, a dona Wanda me chamou para a Volfer, o Roberto Tsuzuki me levou no Sonhadores, onde fui secretaria, tesoureira e agora presidente.
Foi um ano de muito trabalho na Volfer?
O pessoal até comenta o tanto que trabalhamos esse ano. Olha desde outubro do ano passado até agora nós trabalhamos com quase R$ 150 mil, dinheiro conseguido no Bazar D´Amor,  na campanha do patrocínio, com o Brechó no Sonhadores, com o Bazar Solidário no Shopping e um Bazar só para os funcionários da Santa Casa. É com esse dinheiro que a gente trabalha. Muitas doações vêm para Volfer que repassa para a Santa Casa.
E agora? Qual o próximo projeto?
Nós temos um projeto para o mês de maio e já temos até alguns comerciantes parceiros, que vão doar tecidos para confecção de toalhas de mesa, roupas de bazar. 
Que sentimento sobressai neste momento?
Foi uma gestão cheia de eventos, um atrás do outro. Eu tenho falado pra as pessoas, mas elas não acreditam que vou deixar a presidência em junho. Vou continuar na Volfer como voluntária. Lá somos um grupo de cerca de 50 pessoas, mas atuante mesmo na Volfer temos umas 25. 
A mensagem que a senhora deixa para os fernandopolenses?
Pra todos que acreditaram e acreditam na Volver, que ajudaram, gostaria de desejar muito amor no coração, para que continuem sendo colaboradores. Quem tenham muita saúde, paz e amor!