Economia

Serviço de delivery gera empregos em meio a pandemia



Serviço de delivery gera  empregos em meio a pandemia

Eles estão por toda parte. Nas ruas e avenidas da cidade, entrando e saindo de estabelecimentos comerciais ou residenciais. Se antes da pandemia eram quase invisíveis, agora se tornaram fundamentais para pessoas e empresas que precisam dos serviços desse segmento de mercado.
Impulsionados pelos aplicativos de marketplaces voltados, sobretudo, para fast food, os entregadores mais que triplicaram desde março deste ano, mês em que começaram as medidas restritivas e preventivas na maioria dos segmentos comerciais. Um deles, compõem o grupo de bares, lanchonetes e restaurantes, que permanecem proibidos de realizarem atendimento interno. E para não fecharem as portas de vez, os comerciantes tiveram que se readaptar e oferecer serviços de entrega, o famoso delivery.
Com eles fazendo as entregas pelos quatro cantos da cidade, os restaurantes vêm trabalhando arduamente e adotando estratégias para aumentar o faturamento que despencou para cerca de 35% na comparação com números de antes da pandemia. 
A situação de Renan Ítalo de Souza Ferreira, 22 anos, é bem parecida com a de muitos entregadores que trabalham em Fernandópolis. Em março quando foi decretado quarentena no estado e obrigou os restaurantes fechar as portas para os clientes que consumiam no local, ele e os colegas de trabalho perderam o emprego de garçom. A saída que encontrou foi trabalhar como entregador.
“Eu trabalhava no restaurante com mais 17 funcionários, mas veio a pandemia, fechou e todos foram dispensados. Quando reabriu a Cafeteria, fui chamado para ser entregador de marmitas”, disse Renan.
Embora varie muito de uma empresa para outra, os comerciantes destacam a importância do delivery para o faturamento da empresa durante esse período de restrição no segmento de bares e restaurantes. O restaurante Frangão destacou que cerca de 50% do faturamento da empresa hoje vem do delivery. Para atender os clientes, eles atualmente trabalham com dois entregadores.
“Não é uma questão de escolha. Esta é a única forma que a gente consegue trabalhar no momento. A gente não tinha serviço de delivery antes da pandemia. Mas, passamos a ter para continuar trabalhando. É um serviço essencial para continuar funcionamento o restaurante, só que não chega nem perto de cobrir todos os meus custos mensais”, destacou o proprietário do restaurante Paladar, Daniel Beppu. 
Durante os cinco meses de medidas restritivas, o restaurante Paladar investiu no serviço de delivery, o que acabou influenciando na recuperação do faturamento. No entanto, mesmo com o aumento do faturamento no decorrer dos meses seguintes, Daniel destaca os prejuízos somados ao longo da pandemia. 
“Estamos trabalhando desde março, todos os meses com prejuízos, mesmo com redução de pessoal, mesmo com afastamento, está sendo um momento bem complicado para a gente”.
Assim como outros comerciantes entrevistados, Daniel também acredita que com o retorno do atendimento para consumo interno, os serviços de delivery irão diminuir. Mesmo assim, ele pretende manter essa opção para o cliente. 
“A gente acredita que a procura por delivery irá cair, mas já conversamos com a gerência e vamos manter”, afirmou. 
Com dois entregadores durante a semana e três nos finais de semana, o restaurante consegue manter uma média de 45 entregas por dia. Apesar de ter se tornado uma boa alternativa, nem todos as empresas apresentam um bom desempenho. A Padaria Pão e Pão que também oferece marmitas, é uma delas. De acordo com a proprietária, o delivery não equivale a 5% do faturamento mensal. E nesses casos, em tempos de tantas restrições, as empresas sofrem e se esforçam cada vez mais para não ter que fechar as portas definitivamente antes da Fase Amarela do Plano são Paulo chegar.