Os empresários do setor de alimentos de Fernandópolis estão recebendo um projeto gratuito que promete mudar a cara de seus negócios. O projeto, que conta com parceria do Sebrae-SP e Senac-SP, está em andamento desde o segundo semestre de 2007, e foi possível por meio do PAE (Posto Sebrae de Atendimento ao Empreendedor) em Fernandópolis, uma parceria entre ACIF (Associação Comercial e Industrial de Fernandópolis), Sincomércio, Sebrae-SP, Sindicato Rural e Prefeitura de Fernandópolis.
Fábio Ravazi Gerlach, gerente do escritório regional do Sebrae-SP em Votuporanga, conta que o setor de alimentos foi escolhido para esse projeto justamente por sua expressividade no comércio de Fernandópolis. O Sebrae-SP tem trabalho em Fernandópolis com os principais setores da economia local. Com relação à indústria, temos projetos ligados ao agronegócio, ao ramo moveleiro e às indústrias de confecção. Já no comércio, o setor de alimentação é muito forte, disse o gerente. Ele salienta que após a conclusão do projeto, a intenção é promover a formação de um núcleo setorial, que deverá fortalecer o grupo e dar continuidade ao processo de melhorias no setor alimentício.
Na primeira fase do projeto, 130 empresas do ramo alimentício incluindo restaurantes, bares, lanchonetes, açougues, mercados, padarias, buffet, sorveterias e pizzarias receberam uma equipe que fez um diagnóstico completo do setor. Em dezembro, uma reunião na ACIF reuniu os empresários interessados em saber os resultados da pesquisa. Interessados em aperfeiçoar os serviços e a própria rotina de trabalho das empresas, 30 comerciantes se inscreveram para a segunda parte do projeto. Os empresários foram muito receptivos e temos certeza que essas 30 empresas vão realmente sentir a diferença em seus negócios após a conclusão do projeto, disse Vanessa Helena Oliveira, agente de desenvolvimento do PAE em Fernandópolis.
O diagnóstico evidenciou que essas 130 empresas empregam 717 pessoas em Fernandópolis, e que a maioria tem o objetivo de ampliar os negócios. As principais dificuldades apontadas pelos empresários foram a concorrência com relação aos preços, o gerenciamento de mão-de-obra e problemas com vendas à prazo. Outro dado que chamou a atenção é que 81% das empresas necessitam adequações na área de manipulação de alimentos e 79% na adequação do fluxo de produção.
Agora, na segunda parte do projeto, as 30 empresas que se prontificaram a participar do programa vão receber consultoria gratuita. Será um total de seis atendimentos, de cinco horas cada, focando, em cada fase, um setor específico do negócio, que vai desde o controle de matérias-primas até a manipulação e conservação de alimentos.
Esse é um setor muito promissor, mas percebemos que há certa dificuldade em se agregar valor aos produtos e serviços. Então, a nossa orientação será desde a parte básica, como o uso racional dos recursos, incluindo economia de telefone e energia elétrica, até treinamentos de como melhorar a manipulação e condição de armazenamento dos alimentos, explica Elaine Cristina Fagionato, proprietária da empresa De Graus, contratada pelo Senac para realizar o projeto em Fernandópolis.
Para os empresários, o projeto veio em boa hora. Para Ana Maria de Carvalho Zanin, proprietária da Casa de Carnes Confiança, melhorar sempre é um objetivo. Eu já imaginava que precisava fazer mudanças na empresa, mas ainda não tinha colocado em prática. Agora, com o projeto, pretendo fazer várias alterações, declarou a empresária, completando que vai se esforçar para mudar até mesmo a maneira de gerenciar o negócio. Em pequenos negócios como o nosso, é o empresário que faz tudo. Tenho consciência que também preciso aprender a delegar atividades.
Lúcia Beppu, empresária do Restaurante Paladar, também está ansiosa para o início da consultoria individual. Acho que o treinamento de colaboradores vai ser especialmente proveitoso, pois é algo que precisamos sempre e não conseguimos viabilizar sozinhos, ressaltou.