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“Sinto-me como beija-flor apagando incêndio”, diz combatente da dengue



“Sinto-me como beija-flor apagando incêndio”, diz combatente da dengue
Sonia Maria Ioshiko Nobukuni, uma bancária aposentada, quase morreu de dengue hemorrágica em abril. A recuperação foi lenta e dolorosa, e até hoje ela sofre com seqüelas no fígado e na tireóide.

A amarga experiência, entretanto, acabou lhe apontando um novo rumo na vida. Sonia se transformou numa implacável combatente do aedes aegypti, o inseto transmissor da moléstia. Ela passa dias e noites a fio pesquisando na Internet, trocando e-mails, fazendo e recebendo telefonemas de todos quanto conhecerem alguma técnica de combate ao inseto.

Foi assim que ela descobriu o poder repelente da citronela, uma gramínea cujo cheiro parece ser detestado pelo mosquito; ou a adultrap, uma armadilha que prende a fêmea adulta, impedindo-a de se reproduzir.

Sonia ganhou aliados importantes, como o juiz da 3ª Vara da Comarca de Fernandópolis, Evandro Pelarin. O magistrado expediu ofício aos meios de comunicação, pedindo que colaborem com a campanha de Sonia, “legítima e a favor da saúde pública”.

Diariamente, ela percorre as casas de vizinhos, distribuindo seus folhetins e receitas de repelentes. Nas rádios, ela divulga os métodos que descobriu, e até oferece mudas de citronela e outras plantas. Conseguiu que a Escola Agrícola Melvin Jones se associasse à campanha, distribuindo mudas para os interessados. A procura foi tão grande que a escola acabou com seu estoque.

Seu sonho é que o poder público municipal de Fernandópolis se sensibilize com o trabalho que desenvolve. “Sou um beija-flor tentando apagar um incêndio”, diz Sonia. “Porém, tenho consciência de que estou fazendo a minha parte”.

Quem quiser entrar em contato, pode fazê-lo pelo e-mail nobukunister@gmail.com