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SP lança o programa “Dignidade Íntima” nas escolas



SP lança o programa “Dignidade Íntima” nas escolas

O governo do estado lança o programa “Dignidade Íntima”, no âmbito da Secretaria Estadual da Educação. Com a publicação do decreto que instituiu o programa, fica garantido o uso dos recursos do Programa Dinheiro Direto na Escola para compra e distribuição gratuita de absorventes para estudantes da rede estadual.

O programa “Dignidade Íntima” prevê investimento de mais de R$ 30 milhões para compra de itens de higiene menstrual, com o objetivo de beneficiar principalmente estudantes em situação de vulnerabilidade econômica e social.

A rede estadual conta com 1,6 milhão de alunas. Dessas, 1,3 milhão estão em idade menstrual, entre 10 e 18 anos. Mais de 500 mil possuem cadastro no CadÚnico e mais de 290 mil são beneficiárias do programa Bolsa Família, todas em situação de vulnerabilidade. O programa Dignidade Íntima terá abrangência para todas as alunas, mas priorizando essas alunas.

Os protocolos de distribuição irão garantir privacidade e cuidado, criando múltiplos canais de atendimento para as estudantes. A partir de julho deste ano, serão realizadas formações pela Seduc-SP para orientar as equipes escolares.

TEMA DE LIVE

Esse tema foi abordado em Fernandópolis em janeiro durante uma live realizada pela Escola “Em Bom Português” com dicas aos estudantes sobre redação no Enem, com a professora Eliana Jacob e os professores Rodrigo Daun e Antonio Carlos Policer.

A live também lançou uma proposta solidária: arrecadar absorventes para serem distribuídos às meninas atendidas na instituição “Caravana Solidária Benedita Fernandes”, do Jardim Ipanema.

Na época, Eliana Jacob contou ao CIDADÃO, que ficou tocada com a campanha “Pobreza Menstrual” que chama atenção para um problema ignorado. “As meninas pobres perdem cerca de 45 dias de aulas por ano por não terem absorvente. Elas usam papelão, pedaços de pano, jornal e até miolo de pão”, revelava a campanha. 

Além de chamar a atenção para o problema, que envolve dignidade humana, a campanha buscava cobrar do governo que o absorvente fosse incluído como item de higiene básica, como do papel higiênico e creme dental, que não sofrem incidência de impostos. No caso do absorvente, o imposto é de 25%.

“Queremos jogar luz nesse problema para oferecer dignidade às meninas. Isso é inadmissível”, disse Eliana na época ao anunciar a live. Agora, o governo do Estado coloca o programa para atender essa demanda em nome da dignidade das meninas em vulnerabilidade social.