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“Superar desafios é o que me atrai”, diz triatleta



“Superar desafios é o que me atrai”, diz triatleta

Tais Semenzati Marson cruzou o mundo, ao lado do marido Guto Marson, para seu primeiro desafio internacional: o Campeonato Mundial de Triathlon, o Challenge The Championship, em Samorin na Eslováquia no dia 3 de junho. De volta a Fernandópolis na quarta-feira, 13, abriu espaço na agenda para essa entrevista ao CIDADÃO onde relata a experiência internacional que viveu. “Imagina disputar uma prova internacional de nome como essa, sabendo que está lá entre os melhores do mundo. É incrível”, relatou. Para chegar a etapa mundial de meia distância da bandeira Challenge, Tais precisou se garantir entre as melhores na etapa de Brasília disputada no ano passado. A prova é um desafio: 1,900 m de natação, 90 km de ciclismo e 21 km de corrida. Assim como no Brasil, ela cruzou a linha de chegada na cidade de Samorin, na Eslovaquia e explodiu em emoções. “É uma mistura de sensações que nunca tinha sentido antes. No decorrer da prova onde as dores falam mais alto pensava em tantas mensagens de apoio que recebi pelas redes sociais”, descreve. Sobre sua participação no Mundial, o sorriso na foto captada pelo marido diz tudo: “Foi uma prova muito dura e fui muito bem, sendo a primeira das brasileiras em minha categoria”, diz com orgulho. E como superar desafios é o que atrai essa triatleta, Tais já olha para o futuro pronta para encarar. Veja a entrevista: 


Qual a sensação de participar do Campeonato Mundial de Triathlon, o Challenge The Championship, em Samorin na Eslováquia?
A sensação é sem dúvida maravilhosa. Imagine disputar uma prova internacional de nome como essa, sabendo que está lá entre os melhores do mundo. Aqueles pelos quais são exemplos e ídolos no esporte e cruzar pela prova com eles, é incrível. 
Você saiu de Fernandópolis dizendo que não havia pressão por troféu. Qual a avaliação que faz do seu desempenho na prova?
Não tinha expectativa nenhuma em trazer um troféu. Sou muito nova neste esporte e principalmente em distâncias longas, onde a maturidade no esporte conta muito. Além de não vir de nenhuma das modalidades (assim dizemos na linguagem dos triatletas já que são três) sou razoável nas três. Mas como meu treinador Marcelo Lopes disse “ORGULHO” pois foi uma prova muito dura e fui muito bem, sendo a primeira das brasileiras em minha categoria.
Qual o sentimento de disputar uma prova em outro país, representando o Brasil e sua cidade?
A emoção é enorme. É uma mistura de sensações que nunca tinha sentido antes. No decorrer da prova onde as dores falam mais alto pensava em tantas mensagens de apoio que recebi pelas redes sociais (foram tantas que não tive ainda a oportunidade de agradecer). Essas mensagens vinham em minha mente me fortalecendo. Além de pensar em todo o suor derramado nos treinos. Quando muitas vezes temos que abdicar de tantos momentos com a família. A emoção é difícil de conter. E ainda escutar as pessoas que estão assistindo a prova gritar o nome de seu país e sua cidade.
Você é engenheira, esposa, mãe e, mais recentemente, incorporou na sua vida a rotina de triatleta. Em que momento ocorreu esse click?
Conheci a modalidade por acaso. O casal de amigos (Fátima e Humberto Cáfaro) me convidou a nadar para eles entrando na categoria de revezamento. Eu iria só nadar, o Humberto iria pedalar e a Fátima correr. E vale falar que nunca tinha nadado no mar, somente em piscina. Assim o dia que fui na prova eu me APAIXONEI pelo esporte e disse ao meu marido... “QUERO FAZER ISSO, MAS FAZER TUDO SOZINHA”. Ele mais que depressa me deu o maior apoio, tanto que me fez a maior surpresa me dando minha primeira bicicleta. Surpresa essa que nem imaginava. 
Por que o triathlon?
Sempre gostei de esportes, já pratiquei muitas modalidades. Mas a sensação que o triathlon me proporciona é incrível. Acho que por ser um esporte muito individual. Onde lidamos com muitas interferências externas, como frio e calor, sol e chuva, ventos fortes. Não sei, mas tudo me atrai. Vencer esses desafios a cada prova é gratificante.
O triathlon chegou na sua vida como uma atividade física, de lazer ou já tinha desejo de competição? 
Comecei por curiosidade e paixão. Logo fui me dedicando e mudando meu estilo de vida em função deste esporte e as conquistas foram vindo. 
Como é a sua rotina de treinos para ser uma atleta de alta performance?
A rotina é diária. Treino todos os dias. São muitas modalidades, além da natação, ciclismo e corrida também treino musculação e pilates que são importantes para prevenção de lesões. E tudo com orientação de profissionais qualificados.
Nadar 1,9 km, pedalar 90 km e fechar a prova correndo 21 km. Alguém já disse que é loucura?
Ouço isso muitas vezes, mas é um estilo de vida e seu corpo vai acostumando com esse aumento no volume das provas. Tudo foi muito gradativo. 
A Tais antes e depois do triathlon. O que mudou na sua vida?
Acho que sou uma pessoa mais feliz e mais calma. Sinto que meus olhos se abriram para coisas novas. 
Qual o papel da família a partir do momento que decidiu seguir a rotina de atleta?
Sei que, como toda mãe, somos exemplos a nossos filhos e sendo uma mãe esportista penso que esse exemplo é bem positivo. Neste esporte é necessário muitas horas de dedicação envolvido aos treinos, horas essas que estamos ausentes da família. Sendo assim, sei que se a família não está junto com você por completo neste desafio, isto não dá certo. Logo, o apoio de todos é mais que fundamental e sou muito GRATA a eles por isso.
A partir do Mundial, como pretende conduzir sua vida de atleta? Qual o próximo desafio?
Pretendo continuar me dedicando a este esporte e evoluindo na modalidade. Quem sabe conseguir realizar meu sonho de completar a distância “Full” nadar 3.900 m pedalar 180 km e correr 42 km. Isso ainda me assusta um pouco, mas meu treinador acha que estou pronta para encarar.
Qual o momento você seleciona como marcante na vivência como triatleta?
Acho que está prova me deu bastante visibilidade como atleta. Mas, sinto como marcante mesmo o momento que enxerguei tudo e resolvi me dedicar aos treinos. Nas provas vou muitas vezes pra me divertir, pois a verdadeira vida de um triatleta é diariamente conseguindo conciliar todo esse volume de treino com a rotina, já que não faço só isso. Isso sim, vejo como marcante em minha vida. Na prova só colho os frutos de tudo isso.