Batizado de “Ferpa”, o projeto modelo de totem de autoatendimento desenvolvido pela Polícia Civil de Fernandópolis a partir de sucata de computadores e jogos eletrônicos apreendidos em operações criminais, foi apresentado nesta segunda-feira, 3, pelo delegado seccional Everson Contelli da Delegacia Seccional de Fernandópolis.
Em entrevista à Rádio Difusora FM e CIDADÃOnet, Contelli revelou que o totem foi desenvolvido pelas equipes de inteligência e finanças da Polícia Civil e vai agilizar o autoatendimento de ocorrências de menor complexidade, emissão imediata de atestados de antecedentes e a porta eletrônica para Central de Interpretação de Libras (Projeto São Paulo São Libras).
Segundo o delegado, a ideia surgiu no ano passado durante correição. “Descobrimos que os materiais apreendidos em jogos eletrônicos eram destruídos, descartados sem nenhum tipo de aproveitamento útil para a sociedade. Juntando a função social e o emprego útil desses equipamentos foi criado o totem a partir de sucatas de equipamentos da própria Polícia Civil e de equipamentos de jogos eletrônicos apreendidos na região.
“Por meio de ofício da Seccional e representação do delegado de polícia da DIG, o Poder Judiciário e o Ministério Público acolheram a ideia e os equipamentos apreendidos foram redistribuídos para o patrimônio da Seccional, o que possibilitou os estudos, testes e pesquisas para chegar neste produto que hoje é lançado”, relatou o delegado.
“O projeto é sustentável porque recupera lixo eletrônico produzido pela própria Polícia Civil que deixará de poluir o meio ambiente. São computadores e equipamentos ultrapassados que são submetidos a um upgrade e passam a rodar em suportes, antes utilizados para prática de infrações criminais, por rede criminosa de jogos ilegais. Além de sustentável, o projeto transforma instrumentos de infração criminal em produtos e serviços úteis para a sociedade, o que vai ao encontro da função social, reduz o tempo de atendimento nos plantões e libera policiais civis para sua atividade fim que é a investigação criminal qualificada”, comentou o delegado.
Caso aprovado pela população, unidades do totem podem chegar às faculdades da cidade e também em locais públicos municipais, como unidades de saúde.
FUNÇÃO SOCIAL
O projeto desenvolvido pela Polícia Civil de Fernandópolis utiliza produtos apreendidos do crime em função social.
Recentemente sete pessoas tiveram prisões decretadas e a Justiça acaba de receber a denúncia da Operação Xeque-Mate, deflagrada pela Polícia Civil de Fernandópolis no final do mês de maio de 2024. As investigações revelaram na época que a célula que funcionava entre os Municípios de Fernandópolis e Votuporanga movimentava cerca de R$ 2 milhões mensais por meio desses totens de jogos eletrônicos.
A plataforma, o chassi de jogos, eram destruídas ao final do processo. Com o projeto desenvolvido pela Polícia Civil, esses equipamentos retornam para a sociedade em forma de prestação de serviços. (Por Samuel Leite)