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Uma escola envolvida com a comunidade



Uma escola envolvida com a comunidade
No momento em que a Educação está no centro das discussões, em meios a muitas polêmicas, uma escola da rede municipal de ensino está fazendo a diferença quando se trata de mobilizar a comunidade escolar em projetos que envolvem o meio social e ambiental onde está inserida. O resultado melhora ainda mais quando a escola consegue a parceria da família com repercussão direta na base de formação dos estudantes. Entre tantos projetos que CIDADÃO tem divulgado em suas páginas como incentivo às boas práticas educacionais na cidade, um deles está transbordando em mobilização. A Escola Municipal João Garcia Andreo, comandada pelo diretor André Luiz Lemos de Oliveira está concluindo neste mês a campanha social do “Lacre Amigo”, que é a coleta de lacres de latinhas e que é destinada à AVCC e representa uma fonte de renda para entidade. Na última quinta-feira, a escola promoveu a premiação do 1º Concurso de Redação e Desenho com o tema “Ser Solidário faz bem”. No próximo mês, o Andreo reservou dois sábados para o chamado Dia D, dia em que a comunidade, pais, estudantes, professores e servidores, vão juntar forças para uma geral na escola.  Na mobilização, o diretor André tem usado ferramentas atuais, como as redes sociais. O resultado é uma escola integralmente envolvida na comunidade em que está inserida. Veja a entrevista:
 
 
 
 
A Escola Municipal João Garcia Andreo está concluindo concurso de redação da terceira edição do Projeto Lacre Amigo com o tema “Ser Solidário Faz Bem”. Como avalia o desenvolvimento desse projeto na comunidade escolar?
O projeto teve início em março e terá o fechamento agora no final do mês de outubro. Avaliamos de forma bastante positiva, uma vez que o projeto só vem acrescentar em valores que nossos estudantes precisam adquirir, envolvendo-os com a comunidade quando vão em buscas dos lacres, mas acima de tudo os valores fundados dos projetos, são o meio ambiente e o meio social.
Como escola no modelo integral, o que tem feito para manter os estudantes com atenção plena?
A escola conta com excelentes professores, os quais, junto a Assessora Pedagógica desenvolvem um trabalho pontual referente à aprendizagem, como metodologias ativas onde o aluno é direcionado a múltiplos modos de interação de conteúdo, de ensino e aprendizagem. Ou seja, o aluno aprende a buscar, pesquisar para depois interacionar. Além disso, temos outros projetos lúdicos, como: O Núcleo 01 do “Programa Basquete na Escola” –, Zambart (Dança, Arte e Cultura), Teatro, Varal Solidário, Seja um Herói (Doação de Sangue e Medula Óssea) e outros projetos que envolvem a aprendizagem e conhecimento pelos alunos (Projeto Trilhando em Gêneros). 
Nesses projetos, incluindo também o esporte, tem buscado parcerias dentro e fora da escola. Qual a receptividade?
Incrível como a comunidade se interessa em amarrar essas parcerias, mais que isso, acompanha o desenvolvimento dos projetos, opina, e avalia. Isso é enaltecedor para nossa unidade escolar, pois demonstra a credibilidade em nosso trabalho.
O senhor sempre fala na importância de se conhecer o aluno na sua forma integral para aprimorar valores e conceitos. Como é esse processo?
 Esse processo tem como base garantir a todos os nossos estudantes o direito de aprendizagem dentro do campo de experiência como: Emocional/ Cultural/ Intelectual/ Físico/Social e Afetivo.  A interação do diálogo entre conteúdo curricular associado às vivências, histórias e individualidade de cada um, que circula pelos territórios educativos, sejam estes dentro ou fora da escola. Enfim, uma educação que possibilite mobilizar todas as práticas integradas. 
Qual o peso dessas ações na melhoria do ambiente escolar e do rendimento dos alunos em sala de aula?
Todas essas ações têm a ver com o rendimento em sala de aula, uma vez que os desafios e a competitividade passam a ser evidentes e faz com que os mesmos se mobilizem no momento exato para aquele projeto e também que tenham boas notas para participarem dos projetos pontuais da escola. O ambiente escolar ganha mais colorido e fica bastante motivado.
Qual o maior desafio que enfrentou para implementar essas ações na escola?
Com certeza foi à conscientização dos pais e de toda equipe escolar sobre a importância de cada projeto. Assim, foi preciso a mobilização de todos para esclarecer sobre regras, normas e as metodologias que seriam adotados em cada projeto e os valores neles contidos, favorecendo o crescimento cognitivo, esportivo e sensível de seus filhos.
E a família, como foi inserida nestes projetos da escola, principalmente no sentido de estarem presente no dia a dia da escola?
Como já foi mencionada na pergunta anterior, as famílias (maioria delas) se envolveram ativamente, por acreditar na seriedade dos projetos da nossa unidade escolar. Vale ressaltar, que por meio das mídias de comunicação como: Whats App Facebook, Instagram, estamos sempre em conexão, Escola/Família.
Como será o Dia D na Escola? 
Mais um projeto, que com certeza acontecerá nos anos subsequentes, tem como objetivo agregar a família junto a escola, para que os mesmos tenham mais conhecimento, integração e participação na vida escolar de seus filhos e também o conhecimento do espaço onde seus filhos passam o maior tempo. O dia “D” ação da família e da comunidade escolar ficou dividido em dois sábados – 23 e 30 /11 – duas manhãs, por conta do calor excessivo de nossa região. Os pais foram convidados a participar deste dia “D”. Para nossa surpresa, grande parte se prontificou a participar, assinando o termo de Adesão Voluntária, onde assumem o compromisso com a escola. O mutirão será feito sob a orientação de profissionais com o intuito de dar mais vida à escola, com a pintura dos muros, fachadas e outros reparos. Será uma grande festa, onde pais/alunos, funcionários e professores estarão reunidos em prol da melhoria do nosso ambiente escolar.
Qual o sonho de escola ideal? E o que falta para atingir o objetivo?  
Segundo Paulo Freire – “Aprender é um ato revolucionário. E é por meio da educação, e de maneira coletiva, que o indivíduo deve tomar consciência de sua condição histórica, assumindo o controle de sua trajetória”. A escola deve ter uma educação libertadora e problematizadora, num processo onde educador e educando aprendem juntos. Estamos caminhando para atingir esse objetivo, o que falta é a conscientização por alguns professores que resistem as mudanças educacionais, pois, sentem-se inseguros em sair de sua zona de conforto. Portanto, a escola ideal é aquela onde o educando é capaz de desenvolver sua capacidade de transformar o mundo.