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União faz a força para produtores de leite da região de Fernandópolis



União faz a força para produtores de leite da região de Fernandópolis
A prosperidade do Grupo de Liderança de Leite da Região de Fernandópolis prova que a união faz mesmo a força. Criado há quatro anos, o grupo que hoje agrega 500 produtores de leite em 12 cooperativas, está elevando a produtividade das empresas agropecuárias da região. E, como explica o pecuarista Carlos Roberto Dias Barboza, "devolveu também dignidade ao produtor".

O projeto é fruto do esforço conjunto dos produtores de leite da região com apoio de instituições como o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo (Sebrae-SP), e viabilizado dentro do programa Sistema Agroindustrial Integrado, da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati), Prefeitura de Fernandópolis. O Sindicato Rural de Fernandópolis, a Unicastelo e a Fundação Educacional de Fernandópolis (FEF) também estão envolvidas no processo.

Tudo começou a partir de um projeto chamado Sistema Agroindustrial Integrado (SAI), que sediou um projeto piloto pioneiro em 1998, implementando a ação em 57 municípios da região. O fortalecimento da cadeia produtiva do leite é prioridade na região.

O objetivo da formação do grupo é promover o desenvolvimento da atividade leiteira, antes feita isoladamente em pequenas propriedades. Nesse sentido, a primeira ação para elevar a produção e a competitividade das propriedades foi organizá-las em 12 grupos, na forma de cooperativas, associações ou grupos informais.

Assim, os produtores foram capacitados para aprimorar sua organização social e elevar o desempenho de cada uma das pequenas unidades de produção. Além disso, houve treinamentos para adoção de métodos mercadológicos e de incremento de uso de tecnologia.

Somente com o trabalho feito em conjunto os produtores da região puderam compartilhar experiências e aprender com as dificuldades uns dos outros. Até hoje, ocorrem reuniões mensais entre as lideranças.


CENTRAL DE INFORMAÇÕES
Como trabalho em grupo, os produtores de leite da região de Fernandópolis perceberam que era necessário fortalecer os vínculos criados nas reuniões mensais. Desta forma, em uma oficina de planejamento participativo, foi criada uma central de informações e negócios. Neste espaço - equipado com computadores, acesso à Internet, fax e telefones - os produtores incrementaram suas trocas de idéias, o que contribuiu por aumentar a geração de negócios. Mas não foi somente a troca de informações que aumentou com a implantação do escritório central para o grupo da cidade de Fernandópolis.

Por causa de um acordo firmado entre os produtores e a Unicastelo, a central faz o agendamento de exames e análises no Hospital Veterinário com custos reduzidos. É na central também que ocorrem as reuniões mensais, onde são feitos acertos para compras de insumos com preços menores.

Além disso, organizou-se a confecção de um informativo com as ações realizadas pelo grupo. A central ainda promove cursos de capacitação tecnológica e de gestão, análises de mercado, implantação de estratégias de comercialização e organização de missões técnicas.


RESULTADOS
Entre os ganhos dos produtores com a união dos empreendimentos, os menores custos são um dos que os produtores mais gostam. Com isso. eles têm tido dinheiro para investir na produção, que em 2005 chegou a 4 mil litros de leite, o equivalente a 50 litros por pequena propriedade.
Dentre as metas para este mês pelas lideranças dos produtores, está o aumento do faturamento médio do grupo em 2%.

Para abril deste ano, a previsão era uma elevação em 7% dessas receitas. Com relação ao incremento do volume médio de leite era esperada a elevação até 10% também em abril de 2007. Esses números ainda não puderam ser checados, o que deverá acontecer em poucas semanas.

Na avaliação do produtor Carlos Roberto Dias Barboza, individualmente, a produção de leite estava ficando inviável. Barboza acha que, por causa da união dos produtores, muitas famílias deixaram de cogitar o êxodo rural como opção e acreditaram novamente na pequena produção de leite, característica da região.
Com a união de esforços dos produtores da região de Fernandópolis, medidas simples, mas essenciais foram tomadas para elevar a qualidade.

Barboza conta que, diariamente, um caminhão do grupo passa recolhendo o leite de todos os produtores. "Qual é o produtor que tem condições de fazer o armazenamento refrigerado do leite?", questiona ele. Com a coleta, o leite produzido é armazenado em ambiente refrigerado em, no máximo, 2h30, com todo mundo se ajudando para fortalecer o setor na região.


TECNOLOGIA DIVIDIDA
O nível de qualidade da tecnologia desenvolvida chegou ao ponto da região “exportar” know how: em janeiro, a CATI ministrou a 40 produtores leiteiros sul-matogrossenses um curso intitulado “Viabilidade Leiteira na Agricultura Familiar”, cujo objetivo era o repasse da tecnologia desenvolvida para viabilizar a produção em áreas pequenas, aumentando a rentabilidade.

Na ocasião, o engenheiro agrônomo Luiz Carlos Pagotto explicou que “o método permite a racionalização da utilização da tecnologia, possibilitando o lucro que garanta sua subsistência e sendo uma alternativa real ao avanço da cana=de-açúcar”.


MUNDO
O Brasil ocupa a sétima posição no ranking mundial de produtores de leite, com a marca de 23,3 milhões de toneladas no ano passado. Os Estados Unidos estão no topo da lista de produtores, seguidos por Índia, Rússia, Alemanha, França e China, exatamente nesta ordem. Apesar da posição de destaque, a tendência é de que o Brasil venha a melhorá-la, por conta do avanço da tecnologia.