O vereador Francisco Affonso de Albuquerque, do PSB, criticou duramente esta semana um projeto que teria sido protocolado recentemente na Câmara Municipal de Fernandópolis, tratando do aumento de prefeito, vice-prefeito, secretários ou diretores municipais e até dos vereadores do município.
No rastro do Senado e da Câmara Federal, o projeto de Lei, designado 38/2007, subscrito pela Mesa Diretora leia-se Ademir de Almeida, Pedro Ribeiro de Toledo Filho e Alaor Pereira Marques propõe aumento de 25 % para o prefeito, cujo salário subiria de R$ 8 mil para R$ 10 mil; 29,6% para os secretários ou diretores municipais, que passariam a receber R$ 3,5 mil, em vez dos atuais R$ 2,7; e aumento de 58,3% para os vereadores, cujos salários, atualmente em R$ 2,4 mil, iriam para R$ 3,8 mil. O vice-prefeito passaria a receber R$ 4,5 mil.
Se aprovado, o aumento só vigorará a partir de 1º de janeiro de 2009 ou seja, será usufruído apenas pelos políticos que estiverem no exercício do poder na próxima legislatura. Ainda não está definida a data da votação.
Albuquerque considera um descalabro a majoração de salários, num momento em que a prefeitura passa por grandes dificuldades financeiras. Quero que o povo compareça à Câmara, no dia da votação, para fazer pressão contra esse projeto, vociferou.
INJUSTIFICÁVEL
O advogado Jorge Aidar considera injustificável um aumento dessa magnitude, porque excede a inflação. Aidar considera falta de bom senso público e político a propositura do aumento, principalmente na Câmara, que alcança 58,3%. A situação é delicada no Brasil inteiro, e se esse aumento em Fernandópolis for aprovado, é capaz de sofrer ação popular ou do Ministério Público, previu.
O securitário Milton Luiz da Silva, o Reizinho, lembra que o aumento do salário mínimo ficou em torno de 10%. Penso que o aumento para prefeito e diretores (25% e 29,6% respectivamente) está próximo do que fez o Congresso, mas 58,3% para os vereadores é um exagero, analisou.
Para Carlos Phelippe, arquiteto e comerciante, basta dizer que o aposentado recebeu aumento de 3,6%, e mesmo assim isso aumentou o rombo da Previdência. Acho que os vereadores estão se espelhando em Brasília ou seja, estão literalmente legislando em causa própria.
Inconformado, Phelippe compara as benesses da classe política com a situação dos brasileiros comuns, que hoje trabalham pensando não em progredir, mas apenas em manter o que possuem, ou seja, brasileiro joga pelo empate. Ele acredita que chegará o momento em que acabará a mansidão do povo brasileiro diante desses desmandos.