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Zambon considera área indicada para distrito industrial “inviável”



Zambon considera área indicada para distrito industrial “inviável”
O vereador José Carlos Zambon, membro da Comissão de Obras e Serviços Públicos da Câmara Municipal de Fernandópolis, esteve na tarde de ontem numa área da Rodovia Euclides da Cunha para avaliar tecnicamente o terreno indicado para compra pela prefeitura, para que nele se instale um novo distrito industrial. A equipe do jornal CIDADÃO acompanhou a vistoria e ouviu o engenheiro-vereador.

CIDADÃO: A prefeitura indicou essa área, mas não deu infra-estrutura às empresas já instaladas às margens da Rodovia Euclides da Cunha. Há locais inacessíveis quando chove. Como o senhor vê esta situação?
ZAMBON – É uma pena, porque o empresário analisa o seu investimento, e muitas vezes coloca em jogo o seu patrimônio. Pelo menos a infra-estrutura básica o município tem que oferecer. Além do asfalto, guia, atualmente se não tiver ligação de água, coleta de esgoto e iluminação, nenhuma firma tem condições de ser autorizada pela CETESB a funcionar. Assim, nem terá linha de crédito. Temos que analisar tecnicamente a localização para vermos todas essas viabilidades ou inviabilidades para depois tecer um parecer e falar se realmente esta área é a melhor escolha para a desapropriação.

CIDADÃO: A questão do asfaltamento é algo que compete somente ao Poder Executivo ou o Poder Legislativo teria como fazer um projeto para asfaltar pelo menos essas entradas dos parques industriais?
ZAMBON: Isso é de competência exclusiva do Poder Executivo. A idéia era construir um mini anel-viário, onde seria feito um trevo em nível próximo ao distrito industrial já existente. É um projeto que demanda inclusive verbas do governo do Estado. O que nós temos que nos preocupar é se a prefeitura tem condições de oferecer condições básicas aos empresários de ali instalar suas empresas, senão essa área vira um elefante branco que não terá utilidade.

CIDADÃO: Qual é a área total que a prefeitura pretende desapropriar para construir o novo distrito industrial?
ZAMBON: O projeto enviado à Câmara Municipal mostra terrenos desmembrados de uma fazenda próxima à Madeireira Capital. A entrada seria a uns 200 metros da madeireira. Vendo pelo mapa a gleba pretendida, que possui seis alqueires, observamos que ela não faz frente para a rodovia. Ela tem apenas uma entrada que faz frente para a Euclides da Cunha, já a grande área fica na parte do fundo. Observamos a existência de uma mata de preservação ambiental e teremos que ver se ela está dentro do terreno. Temos que nos preocupar também com a preservação do afluente do Córrego da Bala. Tudo isso, além da distância da área urbana, além de como trazer água e esgoto. Estamos falando de uma área que se encontra em um declive. Se instalarmos um sistema de coleta de esgoto, teremos que fazer uma estação elevatória para jogar este esgoto para a cidade. É algo caríssimo.

CIDADÃO: A princípio, como um profissional da área de engenharia civil, classifica esta área como sendo viável para a implantação de um distrito industrial?
ZAMBON: O levantamento que busquei fazer in-loco foi justamente para tomar conhecimento da área. A princípio verifica-se que existem mais pontos negativos do que positivos para a aquisição desta área. Se não houver fácil acesso, como esses empresários transportarão os seus funcionários? É muito longe. A empresa de transporte coletivo dificilmente virá se não existir uma entrada. É possível observarmos que pela Rodovia Euclides da Cunha não dá para ter uma entrada direta se não for feita uma rotatória. Então, a princípio, este terreno proposto é altamente inviável. Temos que ver também a questão de custo, quanto ficaria para se adquirir este terreno. O ideal é procurarmos uma área mais próxima da cidade, uma área bem mais viável, para que não tenhamos todos esses obstáculos, pois o pior é a prefeitura possuir esses terrenos e eles não serem utilizados.
Essa administração tem que priorizar a aquisição de três áreas para o município, para serem destinadas ao novo distrito industrial, para um novo cemitério público, pois o número de vagas já está esgotado e para um novo aterro sanitário, que também já está no seu limite.

CIDADÃO: O senhor tem alguma sugestão de área para a instalação do novo distrito industrial?
ZAMBON: Temos por exemplo uma área no trevo da Água Vermelha, embora também possa ter problemas com a CETESB e o DPRN, pela questão dos mananciais, mas que dá para ser estudado. Os dois distritos industriais já existentes na beira da rodovia poderiam ser aprofundados para comportar novas empresas, porque aí já teríamos condições de fazer as marginais e oferecer infra-estrutura para as novas empresas. A rodovia que vai para Macedônia dispõe de grandes áreas planas, perto de áreas já com infra-estrutura, o que poderia ser utilizado. Se pensarmos em novas áreas, realmente existem muitas outras opções. É necessário fazer uma negociação com os proprietários de terras, que com certeza estão abertos a propostas. Na pior das hipóteses, a prefeitura dispõe de dispositivos legais para transformar essas áreas em áreas de utilidade pública e desta forma realizar uma desapropriação. Mas acho que amigavelmente temos outras saídas melhores.