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A alegria de dona Carminha: “Nasci para ser mãe”



A alegria de dona Carminha: “Nasci para ser mãe”

O mundo mudou, isso é inegável. As mulheres hoje em dia ocupam cada vez mais espaço no mercado de trabalho, muito por conta da independência que adquiriram ao logo dos anos e da necessidade de compor ou ainda de ser a única fonte de renda da casa.  O empoderamento feminino acabou deixando a maternidade em segundo plano, mesmo com o desejo natural de ser mãe da maioria das mulheres. 

Essa realidade, décadas atrás era bem diferente. As meninas cresciam já com a esperança de encontrar um bom partido, com quem iriam se casar e ter filhos. Em resumo, como conta Maria do Carmo Nunes Pereira, mais conhecida como dona Carminha, as mulheres nasciam para ser mãe. E é com orgulho e uma alegria contagiante que ela diz ter cumprido esse papel. 
“Naquele tempo era tudo muito diferente. Eu era a mais velha de nove irmãos, oito mulheres e um homem. Ainda muito novinha tinha que ajudar meus pais a cuidar das minhas irmãs e fazia isso com muito amor. Mas quando fiz 15 anos eu me casei e fui morar com meu esposo na Prata (distrito de Araçatuba) e no mesmo ano tive a minha primeira filha. Naquela época não tinha como escolher a época não (risos)”, contou. 
Dona Carminha irá completar 99 anos no fim do mês. Ela conheceu Fernandópolis por meio da mais velha de seus oito filhos, dona Alice Ferrarezi, com quem vive e divide todos os momentos.  Dos oito, no entanto, apenas quatro sobreviveram aos tempos difíceis, onde o acesso à medicina era muito complicado. “Infelizmente só pude criar quatro dos meus filhos. Naquele tempo a gente não tinha os recursos de hoje. Mas acredito que fiz o melhor por cada um deles”, completou.
Apesar das dificuldades do tempo, dona Carminha disse que todos eram muito felizes e que não havia luxo, porém ninguém passava fome. A criação dos filhos, segundo ela também era bem diferente, as famílias eram mais próximas e o respeito era primordial. 
“Nasci para ser mãe. Criei meus filhos com muito amor e ajudei eles com meus 15 netos, depois com meus 25 bisnetos. Só agora com meus seis tataranetos que já não consigo ajudar muito, mas amo cada um deles demais e sou muito feliz”, disse dona Carminha.
O passatempo predileto da matriarca da família era justamente estar com a família. Hoje, pelo avançar da idade e consequentemente a dificuldade na mobilidade, os passeios ficaram restritos. Mas quem pensa que isso tira a alegria de dona Carminha está enganado. 
“Essa alegria dela de viver é contagiante e sempre foi assim. Hoje não dá mais para ela passear como antigamente e em vez de ficar irritada como qualquer um de nós ficaria, ela agradece a Deus por estar bem. Ela é a base de toda nossa família, ela realmente nasceu para ser mãe”, concluiu Alice Ferrarezi. 

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