Direto da Redação

A reforma administrativa no apagar das luzes



A reforma administrativa no apagar das luzes

O prefeito André Pessuto, no apagar das luzes de sua dupla gestão de oito anos, protocolou segunda-feira, 18, na Câmara o projeto de lei complementar que trata da reforma administrativa. Esse projeto esteve no legislativo em 2023, foi retirado para fatiamento e está retornando agora, no final de mandato.

Um calhamaço de cerca de 500 páginas em que o prefeito apresenta como proposta “criar a nova organização administrativa da Prefeitura, das estruturas que a integram e do quadro de pessoal, de modo a garantir a qualidade na prestação de serviços aos cidadãos do Município”. Mexe também nos cargos comissionados e cria cargos de confiança. É apenas uma parte da reforma que trata do organograma da administração e dos cargos comissionados.

O problema é que a Câmara tem mais três sessões ordinárias para concluir o mandato e um novo prefeito, João Paulo Cantarella, que assumirá o comando da cidade a partir de 1º de janeiro.

Assim,  Cantarella, que ainda é vereador, já encaminhou recomendação com pedido para que a matéria não seja apreciada agora pelo legislativo. Ele entende que o projeto não é ruim, mas não atende aquilo que a nova administração pensa em termos de reorganização administrativa, dentro da proposta de “choque de gestão”. Ele pensa em enviar um substitutivo ou mesmo um novo projeto com a reorganização administrativa que pretende implantar na prefeitura.

O próprio presidente da Câmara atual João Pedro Siqueira entende que essa não é uma matéria para ser analisada agora à véspera de um novo governo e também defende que deve ficar para análise da próxima Câmara.

Segundo fontes, o prefeito precisava, com o projeto, justificar a contratação de empresa que realizou o estudo da reforma administrativa; atender os apontamentos feitos pelo Ministério Público no que concerne aos cargos em comissão que tinham modelo de descrição genérica sempre suscetíveis a questionamentos judiciais; e, também, cumprir  as determinações contidas em sentença proferida pelo juiz da 3ª Vara Cível, Renato Soares de Melo Filho, na ação civil pública promovida pelo Ministério Público em que se apontou, à época, a existência de 164 cargos comissionados no quadro de servidores da Prefeitura que não atenderiam aos critérios constitucionais.

O projeto que está na Câmara, tendo por base a estrutura atual de cargo em comissão e funções de confiança fala na redução de mais de 100 cargos comissionados. A Prefeitura passará de mais de 200 para 80 cargos em comissão e cria 70 funções de confiança a serem ocupadas por servidores de carreira. Em todos os casos, exigência de nível superior. Essa mudança, por si só, diz o projeto, resultará em economia de R$ 1,3 milhão aos cofres públicos.

O projeto de Pessuto faz apenas mudanças pontuais no organograma das secretarias de governo, especialmente em Obras e Planejamento. Aliás, Obras e Planejamento são as pastas que estão no foco da revolução que Cantarella pretende realizar na Prefeitura . Por isso, defende que esse projeto não seja votado agora.

BATE PRONTO

BATE PRONTO

- CONTAS APROVADAS – Saiu esta semana a primeira decisão da Justiça Eleitoral sobre aprovação de contas da campanha eleitoral. A decisão foi proferida pelo juiz da 302ª Zona Eleitoral Wendel Alves Branco ao analisar as contas do prefeito eleito Fausto Luano Rosa (foto) e da vice-prefeito Vilma Aparecida Mazeti de Sá da cidade de Pedranópolis. “Acolho o parecer conclusivo do analista e o parecer do Ministério Público Eleitoral, que bem examinaram a documentação apresentada, e aprovo as contas prestadas”, escreveu o juiz. Os demais prefeitos, vice-prefeitos e vereadores eleitos seguem aguardando decisão da Justiça Eleitoral. Muitas estão no forno, prontas para decisão.

- ORÇAMENTO – Os vereadores de Fernandópolis terão mais três sessões ordinárias para completar o mandato e tem muitos projetos na pauta, entre eles, o que define o orçamento para 2025 estimado em R$ 467 milhões, primeiro ano do prefeito eleito João Paulo Cantarella. Aliás, peça orçamentaria ainda segue sendo uma  ficção. Na última sessão, a Câmara aprovou projeto de remanejamento de verbas da ordem de R$ 17 milhões para cobrir despesas com folha de pagamento e 13º salário dos servidores. Foi preciso passar o arrastão em diversas pastas.

POSITIVO

Muitos dos prefeitos eleitos em 6 de outubro começaram carreira nas Câmaras Municipais. João Paulo Cantarella (Fernandópolis), Gleice Castrequini (Mira Estrela), Fausto Luano Rosa (Pedranópolis), Sebastião Carlos da Silva (Ouroeste), Fabio Paschoalinoto (Meridiano) e  Reginaldo Marcomini (Macedônia). Lembrando que dois deles,  Rapinha em Meridiano, que assumiu o mandato em julho do ano passado, com a cassação da prefeita Marcia Adriano, e Marcomini (Macedônia) foram reeleitos . As exceções são Vilma Sponquiado (Indiaporã) e Edmilson Pires do Carmo (Guarani d´Oeste) que foram direto para o Executivo.

NEGATIVO

Nesta sexta-feira, 22, foi o Dia Nacional de Combate à Dengue. A doença transmitida pelo mosquito aedes aegypti não dá tréguas. Mesmo no período da seca de cinco meses, os casos não pararam de ser registrados em Fernandópolis. A cidade registrou os primeiros mil casos em junho e está prestes a atingir a marca de 2 mil casos positivos. Fernandópolis registrou uma morte e uma segunda está em investigação. Com a chegada da temporada de chuvas a preocupação aumenta ainda mais dado que as condições para a proliferação mosquito, água e calor, estão propicias. A população precisa atuar no combate.

Claudemir Cabreira

Jornalista.