Caderno Viva

BASTIDORES



OS POLÍTICOS...

costumam caprichar em adjetivos, substantivos e verbos para dar o tom dos discursos de posse. É o ápice da vitória de uma disputa ferrenha e sempre é preciso transmitir uma mensagem de esperança ao eleitor de que, a partir de agora, tudo será diferente.  Fizemos uma seleção de palavras que permearam os discursos de 1º de janeiro: trabalho, renovação, esperança, criatividade, compaixão, justiça, responsabilidade, moralidade, sonhos, inovação, coração, perfume, gratidão e amor. Um poeta, certamente, faria das palavras um poema. Mas, em se tratando de discursos políticos, é preciso olhar o contexto.

 

RESPONSABILIDADE...

e moralidade estavam no discurso emocionado de Maiza Rio que volta ao legislativo, depois de ter enfrentado a decepção de quatro anos atrás quando, mais votada, amargou a não eleição por conta da confusão no PMDB. Ela lembrou a responsabilidade que vai pesar sobre os ombros representada por cada voto dos fernandopolenses e da necessidade da busca incessante da moralidade como forma de renovar a esperança para que a cidade saia do marasmo. O vice-prefeito Gustavo Pinato, em discurso rasgado e direto, falou em fim das contendas entre Executivo e Legislativo, da necessidade de parar com perseguições e que as portas da prefeitura não estarão abertas, mas arreganhadas.

 

INOVAÇÃO...

ficou por conta da primeira dama da cidade Mara Cândido, que quebrou o protocolo e falou na sessão de posse. Nunca antes uma esposa de prefeito havia se aventurado a tal feito. Mas, ela tomou o microfone para lembrar ao marido que é preciso ter compaixão com os que precisam do serviço público. E citou que, se André tivesse desistido do seu sonho em sua primeira campanha, talvez agora não estivesse sendo empossado prefeito. E deixou um recado ao companheiro a quem prometeu apoiar em todos os momentos: “faça valer cada braço estendido, cada passo dado, cada porta aberta. Votos na urna são votos de esperança”.

 

GRATIDÃO...

e amor foram as duas palavras que deram o tom do discurso de André Pessuto. Disse que não falaria de crise, nem de problemas. Afirmou que prefere tirar da palavra CRISE, o S para que fique a palavra CRIE e que será preciso inovar para levar adiante uma nova gestão. Repetiu a palavra trabalho por três vezes seguidas como condição para garantir uma cidade mais justa à sua gente, e aí justificando a primeira palavra: gratidão.  Lembrou-se do berço de onde veio para fazer a conexão com palavra amor. E foi poético: “É esse o sentimento que tenho em meu coração. Espero ser o perfume para cada fernandopolense, onde a fixação desse perfume vai ser a minha gratidão. E o cheiro desse perfume vai estar o amor que recebi da minha família”.

 

A BOA...

nova da posse foi Cidinho do Paraíso que conduziu a sessão de posse, como vereador mais votado. Discreto, simples e seguindo o protocolo, conseguiu arrancar aplausos da plateia quando, de improviso, no final cobrou: “Vamos parar de falar da cidade vizinha. Vamos cuidar da nossa cidade. Aqui as coisas também funcionam e quem acha que não, vai morar lá", (na cidade vizinha).

 

SENTIDAS...

foram as ausências na sessão de posse: Fausto Pinato e Gilmar Gimenes. Gilmar, por razões óbvias. No mesmo dia, estava sendo empossado deputado estadual na Assembleia Legislativa. Já a ausência do deputado federal Fausto foi justificada pelo irmão Gustavo, na tribuna da Câmara, por compromisso anteriormente agendado. Por estar em São Paulo, segundo fonte, Pinato teria ido prestigiar Gilmar na posse na Assembleia. Aliás, ambos foram citados em discursos. Afinal, se espera deles que abram as portas dos governos em São Paulo e Brasília para Fernandópolis.

 

A PREFEITA...

Ana Bim, que perguntada por CIDADÃO na última coluna Observatório do ano, se iria comparecer ao Paço Municipal para o ato de transmissão de cargo no dia 1º, disse com todas as letras: “Não tenho porque não estar. Sou carioca sim, com muito orgulho, mas essa é a minha cidade, é a cidade onde escolhi viver, criar os meus filhos e ver os meus netos crescerem, assim como várias outras pessoas que deixaram suas terras natais para viver aqui. Apesar das divergências políticas, faço questão de estar lá sim, para desejar, de coração, muita sorte e sabedoria aos meus sucessores. Fernandópolis não pode parar”. Mudou de ideia. Escalou Daniel Trídico, seu secretário de Planejamento, para o ato simbólico, imitando Vilar quatro anos antes. 

 

FEZ...

isso, talvez pressentindo o fato negativo da posse. Como de praxe, sempre tem alguém querendo aparecer indevidamente. E da pior forma possível, constrangendo até os companheiros pela falta de compostura e educação. Enquanto o prefeito falava em perfume, adversamente teve gente que, pertencendo ao grupo governista, deveria estar de terno, banho tomado, cheirando bem - no figurino impecável daqueles que assessoram Julio Semeghini e Gilmar Gimenes – e nunca de bermuda, chinelo e dizendo impropérios, muito menos distribuindo sal grosso no gabinete. Um vexame!

 

Equipe A.C.G