Caderno Viva

Bastidores



 

CAUSOU...

 furor na internet no final do ano passado, a revelação dos gastos do presidente Michel Temer, envolvendo compras  do tipo como Nutella e sorvete Häagen-Dazs para abastecer as dispensas do Palácio do Alvorada. As licitações para aquisição de alimentos da presidência revelaram uma verdade que o brasileiro parecia não conhecer: os impostos do trabalhador pagam algumas coisas razoavelmente luxuosas de nossos governantes.

ASSIM...

como os luxos do presidente Temer, o contribuinte também bancou e banca muitos luxos dos nossos políticos e autoridades, que parecem  não entender  a própria fala, quando impõem ao povo toda sorte de flagelo. Não vem dos governantes nenhum exemplo de sacrifício. Enquanto isso, o povo sofre nas filas de desempregados, na saúde esfacelada e na falta de segurança, só para citar algumas mazelas.

QUANDO...

a imprensa traz à tona, casos como esse do presidente Temer abrindo licitação para comprar sorvete Häagen-Dazs e Nutella, ou de tantas outras bizarrices de quem ocupa o governo central, as redes sociais acabam colocando limite aos governantes.

NÃO...

foi diferente o que ocorreu em Fernandópolis. As redes sociais gritaram no final de semana por conta de um Pregão aberto pela prefeitura para contratação de coffee breacks para atender todas as secretarias de governo nos próximos 12 meses, no montante de quase 700 mil reais.

AINDA...

estava fresca na memória dos fernandopolenses a fala do prefeito André Pessuto, na semana passada, quando desabafou na entrevista coletiva à imprensa, falando sobre o pedido de fechamento da UPA. Pessuto voltou a falar que pegou a prefeitura quebrada.

O DISCURSO...

caiu por terra com a notícia divulgada por CIDADÃO. Afinal soa incompreensível a prefeitura contratar 56.750 coffee breacks de diferentes padrões ao custo de R$ 695.800,00. O que correu na internet no final de semana foi, pra não dizer outra coisa, indignação.

AINDA...

que a prefeitura, através de nota tenha dito que não se trata efetivamente de um gasto, mas de uma previsão e que 90% nem chegam a se confirmar, a verdade é que o pregão aconteceu, a ata foi elaborada e a empresa definida para servir, o tal coffee break.

AINDA...

que se diga, também, que isso é uma medida de praxe do governo, a simples abertura de possibilidade de um gasto desse porte soa mal aos ouvidos de quem busca o remédio na Unidade de Saúde e não encontra, ou de quem reclama dos buracos, e ouve repetidas vezes que a prefeitura está quebrada. Ou seja, discurso e ação não estão na mesma sintonia. O coffee break, neste momento de crise, de contar moedas,  soa tão mal ao ouvido do povo, quanto o sorvete do Temer.

(O texto acima foi redigido e lido pelo jornalista Claudemir Cabreira, dia 25 na Dose das Doze, editorial diário da Rádio Difusora. No dia seguinte, a prefeitura publicou Termo de Rerratificação, reduzindo em 10,43% o valor, ou seja, de R$ 695.800,00 para R$ 623.208,50. A redução dos valores, obviamente, não diminuiu em nada a indignação da população).

 

Equipe A.C.G