Caderno Viva

Bastidores



POBRE...

periferia! A mais lembrada nas campanhas eleitorais e a menos lembrada pelos governos, nos três níveis. O povo vota acreditando nas promessas de palanque, mas durante os mandatos se vê obrigado a conviver tristemente com as surradas desculpas dos governantes, entre elas a famigerada falta de recursos.

EXEMPLO...

de tal discriminação pode ser visto literalmente nas ruas centrais de Fernandópolis, denunciada pelo vereador mais votado, nas últimas eleições, Cidinho do Paraíso. Do alto de seus 2.881 votos, o vereador eleito pelo PR, quer saber por que o prefeito André Pessuto recapeou o centro e não os bairros.

NA...

opinião de Cidinho, da “base” do prefeito, “algumas vias da periferia permanecem críticas, onde o asfalto está muito pior do que os trechos onde a prefeitura recapeou”. Enquanto o centro vai recebendo o serviço de recape, com interdição de ruas e avenidas, os bairros vivem drama com a buraqueira avançando a cada dia.

A HISTÓRIA...

do sofrimento dos bairros, começou quando o progresso saltou a rodovia Euclides da Cunha saudando o Jardim Araguaia, um dos primeiros loteamentos de Fernandópolis. De topografia acidentada,o nascimento do bairro foi motivo de alegria,porém, não  contemplado com nenhuma obra de infraestrutura.

NAQUELE...

tempo, e lá se vão décadas, o loteador não era obrigado a colocar asfalto, muito menos redes de energia elétrica, água e esgoto.  Dá para imaginar o sofrimento das primeiras famílias que foram morar no Araguaia. Consolo mesmo só o cantar dos pássaros, que deram nome às ruas. Até hoje, o bairro sofre com as chuvas e a poeira em alguns trechos.

DEPOIS..

do Araguaia vieram outros loteamentos. Os proprietários lançavam o empreendimento, vendiam os lotes e a prefeitura arcava com todos os gastos de implantação de infraestrutura. O modelo estava levando o poder público ao desespero, até que a União acordou e criou lei de regulamentação para pôr ordem na casa. E Fernandópolis adequou-se através da Lei nº 1082, de 06-01-86,estabelecendo normas de ocupação do território do município.

A PARTIR...

da regulamentação, os loteadores, depois de muita chiadeira, acabaram aceitando muito a contra gosto pôr a mão no bolso e, assim, concordar com a redução dos lucros. Mas,nem tanto, pois providenciaram imediatamente o repasse dos gastos aos compradores.

AGORA...

esperar que a periferia tivesse tratamento igualitário da parte do poder público na questão do recapeamento e outras obras, como cobra Cidinho, é sonhar com o “paraíso”, com perdão do trocadilho. O prefeito, por melhor que sejam suas intenções, não quebrará a tradição. Vamos aguardar o requerimento do vereador pedindo informações da prefeitura sobre o critério que deu preferência ao recape das ruas centrais.


 

Equipe A.C.G