BASTIDORES

BASTIDORES



FOSSE...
um paciente, diríamos que a Santa Casa, após dois anos entubada na UTI, já respira sem auxílio de aparelhos. Ainda corre perigo, mas o quadro evolui satisfatoriamente. A analogia cabe diante do quadro que o provedor/administrador judicial Marcus Chaer, apresentou no balanço à imprensa na semana passada.

AO...
anunciar que o hospital fechou o ano de 2021 com superávit contábil de R$ 635,2 mil, proeza inédita em 12 anos (o último foi  em 2009, de R$ 460,7 mil), Chaer projeta repetir o feito em 2022, com a ressalva de  um ano desafiador pela frente diante das execuções que o hospital ainda sofre e que resultam em bloqueios de receita. 

NÃO...
teve mágica. “Foi matemática de padaria”, comparou. Redução dos custos, controle dos gastos, gestão profissional e transparência, foi o modelo adotado desde que assumiu a gestão em dezembro de 2019 e nomeado administrador judicial pelo juiz Vinicius Castrequini Bufulin em fevereiro de 2020. Tudo para estancar a sangria. 

SUPERÁVIT...
contábil não significa dinheiro em caixa. Significa que o hospital saiu do “cheque especial” mensal e agora já pode minimamente se planejar, honrar dívidas e obrigações e pensar em investimento. A dívida, que crescia feito bola de neve, está decrescendo. Caiu de R$ 62 milhões em 2020 para R$ 53 milhões em 2021. 

OS...
sinais vitais do hospital melhoraram com novos serviços agregados. No SUS, o faturamento aumentou 20%, com convênios 82% e os atendimentos particulares subiram 40%. Na coluna das despesas, uma queda de 8%. Equilíbrio? O gestor judicial fala em alcançar essa meta em três anos.

HÁ...
planos para melhorar o fluxo do caixa com novos serviços. Já está adiantado o processo de credenciamento do IAcor para realização de cirurgia cardíaca pelo SUS. Inclui ainda como meta o credenciamento do serviço de infectologia que virou referência durante a pandemia e a implantação da UTI Pediátrica.

COM...
a intervenção judicial, cada vez mais próxima do fim, Chaer não tem dúvida em dizer: para sobreviver a Santa Casa tem que continuar com gestão profissional. Segundo ele, não cabe mais a figura tradicional do Provedor, geralmente alguém da sociedade que, além de cuidar dos seus negócios, precisava acompanhar as contas da Santa Casa. Deu no que deu.

SOB...
intervenção judicial a Santa Casa afastou o risco de fechar as portas. O que a cidade pensa para o futuro do hospital? Esse é o desafio pós intervenção. Chaer, em recente entrevista, deixou um recado para reflexão: “Quando a sociedade começar a entender que a Santa Casa deve ser apolítica e apartidária, que ela depende de todos, sem preferências, as coisas vão fluir melhor”.

Equipe A.C.G