BASTIDORES

BASTIDORES



PUDOR...
não é uma palavra que permeia o dicionário da classe política, com raras exceções. Uma das definições para o substantivo é “sentimento de vergonha” associado a inadequação ou, pelo menos, à visão individual do que é ou não adequado. Logo conclui-se que pudor passa ao largo do mundo político.
OS PALCOS...
mudam, mas as atitudes seguem um padrão nacional. Na semana passada, foi a Câmara de Fernandópolis que num flagrante desrespeito à transparência aprovou na surdina e em tempo recorde de 1 minuto, projeto que eleva o salário dos vereadores mais bem pagos do noroeste paulista de R$ 6,8 mil para 9,8 mil no próximo mandato.
ESTA....
semana, foi a vez das benesses políticas partirem de Brasília, a mesma capital açoitada recentemente por atos antidemocráticos. Da caneta do presidente da Câmara dos Deputados Arthur Lira (PP-AL) saiu um pacotão de bondades: de reajustes dos salários, do auxílio moradia, vale combustível a passagens extras para ir e vir de Brasília. 
CÁLCULO...
do jornal “O Estado de São Paulo” aponta que o pacote de regalias, custará aos cofres públicos e, por extensão, aos brasileiros,  até R$ 70 milhões. Levantamento feito pela CNN mostra que o salário dos deputados e senadores será 15,2 vezes maior do que a renda média dos brasileiros de R$ 2.737 que é quem pagará a conta.
A ONDA...
de privilégios já tinha começado em 2020, em meio a pandemia, quando a Câmara de Votuporanga decidiu que os vereadores deveriam, pasmem, também receber o 13º salário. O projeto foi aprovado e o primeiro salário extra de fim de ano foi pago em 2022. Equipararam a função de vereador a uma profissão com dedicação exclusiva.  
NO...
final do ano passado, foi a Câmara de Rio Preto quem decidiu dar a sua contribuição no corolário de privilégios. Aprovou em ritmo acelerado, como é praxe, o aumento de mais seis cadeiras, passando de 17 para 23 vereadores para o próximo mandato. Despesa extra milionária, como apontou o jornal Diário da Região, de quase R$ 2 milhões por ano.
CHOCA...
o eleitor, e aí voltamos a palavra “pudor”, é como o político se adapta ao meio. Não há diferença ou ideologia que resista. Veja que Arthur Lira, com o festival de benesses, abarcou apoio de petistas e bolsonaristas para se reeleger presidente da Câmara com 464 votos dos 513 deputados. Privilégio é pauta que une os opostos. Não é fome, nem desemprego. 
DEPOIS...
da indigesta sessão avant première realizada na semana passada, a Câmara de Fernandópolis abrirá oficialmente o ano legislativo com a presença do prefeito André Pessuto convidado para expor planos e ações. Como primeiro prefeito a obter a primazia da reeleição, certamente terá muito a dizer após seis anos no comando da cidade. A conferir...

Equipe A.C.G