MUTIRÃO...
é a palavra que virou uma praga na língua portuguesa. Via de regra, mutirão é usado para justificar a ineficiência do serviço público em prestar atendimento decente ao cidadão/eleitor/contribuinte. INSS realiza mutirão para reduzir fila de espera por benefícios; Saúde faz mutirão para cirurgia de cataratas. E por aí vai...
EM...
Fernandópolis mutirão é a palavra utilizada para explicar o “esforço” da administração em limpar a cidade. Desde o fim da frente de trabalho, a prefeitura patina para fazer o serviço andar. Tentou processo seletivo, fracassou. Apostou na terceirização, mas a máquina não engrena. Usa-se os mutirões para contornar a falta de conservação dos bens públicos.
A QUEIXA...
das donas Angélica e Sirlei Pardim, moradoras da Praça Waltrudes Baraldi no Jardim Santista resume o drama. Tomada pelo mato e com o calçamento deteriorado, a praça que homenageia um dos primeiros médicos da cidade, evidencia ausência de poder público. Com mutirão para limpar os cemitérios à véspera de Finados, a prefeitura encaixou de última hora a praça no cronograma após a grita.
ASSIM...
de mutirão em mutirão, vamos tentando manter a cidade com mínimas condições de asseio em se tratando de Município de Interesse Turístico. Conservação não é problema só nas praças, avenidas e logradouros. Vai além. Chamou atenção o relatório da Defesa Civil, despretensiosamente publicado no Diário Oficial do Município, sobre uma vistoria geral em Unidades de Saúde e escolas.
A PAR...
da conclusão, alguns dados chamam a atenção. Senão vejamos: 53% dos imóveis possuem avarias de infiltrações, umidade e rachaduras nas paredes e, incluso, o não funcionamento de aparelhos de ar condicionado. Os vereadores na Câmara empilham indicações e requerimentos chamando a atenção para a precariedade em alguns imóveis, resultado da má qualidade das obras.
CONSTATOU-SE
ainda que 35% dos prédios, entre escolas e Unidades de Saúde, estão sem o AVCB, que é o alvará dos bombeiros atestando que o imóvel cumpre as normas de proteção contra incêndio e pânico. Havia também extintores fora das normas. Neste caso, justifica a prefeitura mobilizar um “mutirão” para resolver essas pendências. Estamos falando de segurança de vidas.
CONSTATAÇÃO
óbvia do relatório é a diferença na qualidade da obra pública e da privada. Diz o documento: “Aludimos a escola Professor Renato Zocca como unidade exemplar pela estrutura física e humana”. Detalhe: o prédio escolar foi construído pela iniciativa privada e locado para a prefeitura. Logo, seguiu padrões da iniciativa privada. Obra bem-feita que repercute no desempenho humano mesmo depois de cinco anos. Simples assim.
MUITO...
dessa diferença está no velho ditado popular que é mantra entre os produtores rurais: “é o olho de dono é que engorda boi”. Significa que quando o dono está presente, tudo anda melhor e é bem feito. No caso, a prefeitura presente no acompanhamento das obras contratadas evitaria muitos dos problemas crônicos, verdadeiras pragas em obras públicas. Aliás, a Câmara já cansou de alertar sobre isso...