O CICLO...
de eleições no Brasil a cada dois anos pode mudar. Proposta de emenda constitucional que tramita pelo Senado desde 2020 e que prevê instituição de uma data unificada para realização dos pleitos em todas as esferas, municipal, estadual e federal, ganha força este ano. O próprio presidente do Senado, Rodrigo Pacheco garante que a matéria terá prioridade.
NÃO...
é propriamente, uma novidade para os eleitores mais antigos. Em 1980, o Congresso aprovou uma PEC prorrogando os mandatos dos prefeitos e vereadores por dois anos para que houvesse coincidência com as eleições gerais de 1982, quando os brasileiros voltariam a eleger governador. Milton Edgard Leão era prefeito de Fernandópolis em primeiro mandato e ganhou o bônus de mais dois anos no comando do município.
AS...
eleições eram ainda em cédulas de papel e o eleitor tinha que escrever o nome ou número do candidato a governador, senador, deputado federal, deputado estadual, prefeito e vereador. Só faltou o cargo de presidente. Claro, foi demorado para votar e mais ainda para apurar os votos contados um a um, cargo por cargo. A Justiça Eleitoral deu conta e o pleito geral ocorreu sem incidentes.
ABRINDO...
parêntese no tema, para lembrar que nas eleições gerais em 1982, Franco Montoro, governador eleito, saiu de Fernandópolis com 60% dos votos; que o Raul Gonçalves saiu candidato a deputado federal, recebeu o voto de Franco Montoro e obteve em Fernandópolis mais de 10 mil votos e 42 mil em todo o estado; e que Edinho Araújo, hoje prefeito de Rio Preto, iniciava sua vitoriosa carreira política além das fronteiras de Santa Fé do Sul onde estava prefeito.
E MAIS...
que Newton Camargo foi eleito prefeito e que Ricardo Franco de Almeida, em sua primeira eleição legislativa, saiu das urnas com 2.180 votos, recorde que perdurou por 34 anos, só superado em 2016 por Cidinho do Paraiso com 2.881 votos. E, por fim, que essa foi a primeira eleição de Lula, hoje presidente da República pela terceira vez. Foi candidato a governador e recebeu em Fernandópolis 570 votos.
RETOMANDO....
o tema do comentário. Vejam a volatidade da política. Nessa eleição de 1982, o Congresso voltou atrás na velocidade da luz e tratou de dar aos prefeitos e vereadores que seriam eleitos, mandato de seis anos, desta feita, para descoincidir as eleições. É assim que as coisas acontecem no Brasil. A política é a eterna nuvem ao sabor dos ventos e dos interesses nem sempre republicanos.
A PEC
da unificação das eleições, de autoria senador Wellington Fagundes (PL-MT) estabelece a criação de um mandato de seis anos para prefeitos e vereadores, de forma que a nova eleição possa coincidir com as eleições gerais. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, deu declarações dias atrás de que o assunto terá prioridade e defendeu que o Brasil precisa sair do estado de “perenidade de discussão eleitoral”
PASSADOS...
42 anos da última “eleições gerais” com votação e contagem dos votos manualmente, hoje o nosso sistema com votação em urnas eletrônicas e apuração em poucas horas é apresentado ao mundo como moderno e seguro. Os eleitores estão mais do que preparados para votar em quantos cargos forem necessários. Resta saber se a classe política está preparada para sobreviver com uma eleição a cada quatro anos...