ARMANDO...
Farinazzo foi prefeito de Fernandópolis entre os anos de 1997 e 2000. Passou boa parte da gestão desativando bombas que caíram em seu colo de forma inesperada. Uma delas, o precatório do Mercadão Municipal de quase R$ 1,5 milhão, chegou a representar ameaça real de intervenção no município pelo governo do estado.
MESMO...
sendo amigo da cozinha do governador Mário Covas na época, Farinazzo precisou cortar na carne até o osso para arcar com o pagamento do milionário precatório e evitar que o governador tivesse que decidir pela intervenção. A bomba relógio tinha sido armada anos antes com a desapropriação do prédio da antiga rodoviária para virar um Mercadão.
O EFEITO...
é devastador nas contas públicas. A gestão local, lembre-se, está sentada sobre uma bomba de potencial catastrófico: o déficit atuarial da Previdência Municipal. É como a brincadeira da bexiga que vai passando de mão em mão enquanto enche. Em algum momento vai estourar na mão de alguém, como ocorreu com Farinazzo.
ENQUANTO...
dá, a “bomba/Iprem” vai sendo empurrada com a barriga. Agora mesmo o prefeito André Pessuto aprovou em regime de urgência novo Plano de Custeio Suplementar para a amortização do déficit atuarial de R$ 120 milhões. Uma espécie de dipirona, para baixar a febre, mas a causa raiz do problema continua. No ano que vem virá outro plano, mais outro, até que a bomba explodirá...
COM...
as contas já com sinal vermelho, Pessuto jogou duas cartas na mesa para tentar equacionar o déficit em final do mandato. No caso do Iprem, vai utilizar cerca de R$ 39 milhões dos créditos do Imposto de Renda retido na fonte dos servidores aposentados e pensionistas e esticar o “carnezão” prevendo pagamento até 2065, reduzindo o valor do aporte anual, este ano de R$ 3,1 milhões.
A OUTRA...
medida não entrou na votação emergencial. O prefeito quer vender sete terrenos no antigo Núcleo da Cesp por cerca de R$ 2 milhões. São áreas não incluídas no projeto do mega leilão. O que os vereadores aprovaram foi a flexibilização das regras desse mega leilão de imóveis, que fracassou na primeira hasta pública, e que se tentará ressuscitar no apagar das luzes. Tudo junto pode render mais de R$ 35 milhões aos cofres públicos. Nada mal...
OUTRA...
bomba de potencial devastador é a Santa Casa de Fernandópolis. O caso do bebê indígena que morreu esta semana a caminho de Rio Preto, após negativa da Santa Casa no atendimento por “ausência da especialidade e dos recursos necessários”, como ela mesma frisou em nota, causou calafrios nos fernandopolenses. Medo de numa emergência descobrir que o único recurso será a Euclides da Cunha.
COMO...
perguntar não ofende, deixamos aqui algumas questões em tempos de eleições: Qual o grau de preocupação dos futuros candidatos a prefeito de Fernandópolis com Iprem e Santa Casa? Terão peito de discutir os temas na campanha eleitoral ou seguirão a cartilha das promessas eleitoreiras de sempre? Tic, tac... as duas bombas estão ativas, só para lembrar...