A CIDADE...
voltou a sentir o orgulho, que andava em falta por aqui, com a inauguração do Atrium Boulevard na Avenida Expedicionários Brasileiros. A frase “estamos inaugurando o nosso segundo shopping” ganhou eco entre os bairristas fernandopolenses. Ninguém falou, mas a frase tinha endereço: a vizinha do leste, Votuporanga, que ainda não tem shopping.
O SONHO...
dos empresários Rui Ikeda e Mário Ono vem desde a época em que adquiriram o terreno do saudoso Jayme Migliorini da Volks, agora materializado no suntuoso edifício que emoldura a Avenida Expedicionários, portal de entrada da cidade, para ser mais um centro de compras regional. Foi preciso vencer incertezas da economia e até uma pandemia.
A PRESENÇA...
icônica do empresário Kosuke Arakaki, o do alto dos seus 96 anos, deu o tom desse orgulho na festa. Ele sabe que é preciso coragem para investir. Não custa lembrar que “seo” Luiz, como é mais conhecido, liderou a construção do Shopping Center Fernandópolis inaugurado em 1996 quando muitos julgavam ser uma aventura. O Shopping está aí completando três décadas.
NÃO...
há também como ignorar o momento político da cidade neste período de transição de governo. O prefeito que deixa o governo e o que assume o comando da cidade em 1º de janeiro, André Pessuto e João Paulo Cantarella, respectivamente, participaram da inauguração, discursaram e trocaram gentilezas ao microfone da Rádio Difusora FM. Comparado ao ambiente belicoso das últimas trocas de governo é um oásis no deserto.
MAS...
na semana de inauguração do Atrium Boulevard, a Secretaria Estadual da Fazenda divulgou o IPM – Índice de Participação dos Municípios – que define qual será o tamanho da fatia que cada município terá na divisão do bolo do ICMS no ano que vem. A apuração é com base no desempenho da economia em 2023 para ser aplicado ao índice que define a transferência em 2025. E a notícia não é boa para o novo prefeito.
DE...
acordo com os dados, Fernandópolis perderá um naco importante na receita ano que vem. Se esse ano, a queda já comprometeu as finanças municipais, em 2025 o município terá que se ajustar a uma queda de 7,29%. Somado às perdas registradas em 2023 e 2024, o tombo no IPM atinge estratosféricos 22,5% se comparado ao índice de 2022. Traduzindo: estamos ladeira abaixo.
ALIÁS...
um grupo de economistas (Geraldo Paschoalini, Edson Damasceno e Jair Carlos Pires de Moraes) entregou às autoridades do judiciário, legislativo e executivo, documento propondo a criação do CODEF – Conselho de Desenvolvimento Econômico de Fernandópolis – para reverter o quadro. O trio demostra, em dados, a preocupação com a geração de riqueza que anda fazendo a cidade comer poeira na região.
MANTENDO...
as condições “ceteris paribus” (inalteradas), as projeções do estudo indicam que o PIB de Fernandópolis, a soma de todas as riquezas produzidas, corre sério risco de ser ultrapassado pelo de Jales com 20 mil habitantes a menos. Isso em menos de 10 anos. A queda no ICMS é apenas a ponta do iceberg, o que mostra o tamanho do desafio que novo prefeito tem pela frente.