BASTIDORES

BASTIDORES: A intervenção



APÓS...

um ano da intervenção judicial na Santa Casa, completados no último dia 18, ainda não se conseguiu abrir todas as “caixas pretas” dentro do hospital. Em mais um dos frequentes encontros que tem mantido com a imprensa ao longo desse período, o provedor/administrador judicial Marcus Chaer foi cirúrgico: “Já chegamos a 90%”.

A INTERVENÇÃO...

não será para sempre e nem o fim do processo de recuperação da Santa Casa. Hoje o administrador judicial presta contas ao juiz da 2ª Vara Criminal Vinicius Castrequini Bufulin, mas logo, logo, a gestão será devolvida à comunidade a quem caberá dar os próximos passos para um novo modelo de gestão, desvencilhando do passado de uma “irmandade secreta” que nos levau a esse “status quo”.

A HERANÇA...

maldita, como taxou Chaer,  que colocou a Santa Casa nas páginas policiais e sob intervenção judicial, ainda guarda nuances a serem reveladas. Neste último encontro com a imprensa, na sexta-feira, 12, Chaer focou nos números, como da dívida acumulada que está em R$ 60 milhões e um déficit mensal, agravado na pandemia, de R$ 400 a R$ 600 mil, além do custo mensal de financiamentos do passado da ordem de R$ 450 mil.

O DESCALABRO...

administrativo chegou a tal ponto que a Santa Casa terá que tirar de onde não tem para devolver à União R$ 600 mil de uma emenda parlamentar. Tudo porque não se conseguiu comprovar como e onde o dinheiro foi gasto. Devolver esse dinheiro agora é evitar um prejuízo maior, diante do risco de corte dos repasses.

DECRETAR...

falência e começar do zero, talvez fosse a melhor saída para a Santa Casa no entender do provedor, diante do peso que representa essa “herança maldita”. Mas, isso não é possível.

APESAR...

dos avanços que podem ser percebidos a olhos vistos, Marcus Chaer sabe que a árdua missão de organizar a estrutura operacional do hospital como empresa, barrar a sangria de recursos financeiros, ampliar as fontes de receita, humanizar o processo de atendimento ao paciente e extinguir a cultura da corrupção instalada na unidade ainda está em curso.

O PROCESSO...

é longo, coisa de 20 anos talvez, e não cabe mais omissões. A refundação da Santa Casa passa por novo estatuto e novo modelo de gestão. Pela experiência acumulada, Chaer sugere a reserva de cadeiras na mesa diretora para o Executivo, Legislativo, Universidades, Acif e até imprensa. Aliás, em carta recente ao prefeito e aos vereadores, Chaer faz o convite para que participem e contribuam com a gestão.

É TRISTE...

constatar a situação financeira da Santa Casa. A considerar que o hospital viveu todos esses anos sob direção de cidadãos de proa de nossa sociedade, escolhidos a dedo, em sua maioria, pelo establishment, custa aceitar que os pecados de gestão tenham ocorrido com tanta frequência. Por aperto, todas as santas casas passam, mas agora chegamos ao torniquete.  Que as novas indicações passem por melhor avaliação, para o bem da entidade e da população.

Equipe A.C.G