BASTIDORES

BASTIDORES - Decreto



DECRETO...
do prefeito André Pessuto e lei aprovada pela Câmara, sem muito alarde, selaram de vez o destino da, não tão velha assim, arquibancada metálica do Estádio Claudio Rodante. Virou sucata por absoluta “inservibilidade ao patrimônio público”. Os 32 mil quilos de ferro serão vendidos a módicos 8 centavos o quilo.

ESSA...
é uma daquelas obras carimbadas com o selo de “elefante branco”, expressão utilizada no Brasil para classificar obra que custou muito dinheiro, mas que não possui utilidade para a população. Segue na linha, por exemplo, de alguns dos estádios construídos para a Copa do Mundo de 2014.

EM...
1994 o Brasil, lembre-se, ganhava uma nova moeda (o Real) e começava a reaprender a viver sem o fantasma da hiperinflação. Foi neste ano que o Fefecê dirigido pelo empresário Antonio Ribeiro Pereira realizava uma campanha meteórica que culminaria com a conquista do título produzindo uma onda de orgulho entre os fernandopolenses.

O TÍTULO...
garantiu o acesso do time a Série A-3 do campeonato de 95, mas para isso teria que cumprir uma exigência faraônica da Federação, custasse o que custasse. O Estádio teria que elevar sua capacidade para 15 mil expectadores. A solução foi construir a toque de caixa a arquibancada metálica ao custo de milhares de reais.

O TEMPO...
senhor da razão, foi implacável. O legado da obra de 26 anos atrás foi um “elefante branco” que pode se transformar em mico. Numa venda bem sucedida a sucata ferrosa poderá render não mais do que R$ 25 mil aos cofres públicos, ficando o comprador responsável pelo custo de demolição. Se o leilão falhar, o ônus ficará com a prefeitura.

NA LISTA...
de obras inúteis e de desperdício de dinheiro público em Fernandópolis pode-se incluir também a super academia ao ar livre do Beira Rio ao custo de quase R$ 800 mil. O que era para ser parte de um complexo de lazer para a população levou mais tempo para ser construída do que para virar sucata.

O LEGADO...
de uma obra é o que ela vai representar de transformação na vida das pessoas ou da cidade. Esse é o discurso que está na ponta da língua dos gestores públicos para justificar seus projetos. A realidade nem sempre confirma a fantasia. Conclui-se, então, que o tal legado virou mesmo uma verdadeira praga nacional para justificar tantos desmandos.

 

Equipe A.C.G