BASTIDORES

BASTIDORES - Plano Diretor



PLANEJAMENTO...
urbano nunca foi o forte em Fernandópolis. Falta de visão e de conhecimento da realidade muitas vezes geram os que os vereadores chamaram em recente debate na Câmara de “aberrações urbanas”, sintoma clássico do crescimento desordenado da cidade. 

A NOTÍCIA...
de que se avança no estudo para uma nova versão do Plano Diretor, anunciado como um “conjunto de regras” para estabelecer ordem na ocupação do espaço, urbano e rural, é um alento, principalmente pelo fato de partir de um estudo fidedigno da nossa realidade. 

O ESTUDO...
realizado em parceria com o Departamento de Mestrado da Universidade Brasil se fundamentou primeiro em um diagnóstico do município, como diz o secretário de Planejamento Marcelo Nossa.  “Não podemos incorrer numa atualização do plano que não corresponda com a nossa realidade”. 

RECENTE...
debate na Câmara sobre “aberrações” urbanas, os vereadores diagnosticaram que a cidade carece de um urbanista que conheça a nossa realidade. Alguém, como disse o vereador João Pedro, que “tire o bumbum” da cadeira e ande pela cidade. Que não seja urbanista de gabinete.

NO PAPEL...
tudo é perfeito. A prática é que são elas. Geralmente, esses projetos acabam esquecidos no fundo de uma gaveta. Para refrescar a memória, na década de 80 o arquiteto Dreison Santini já projetava o anel viário de Fernandópolis. Quarenta anos depois, o anel viário ainda é uma ficção.

A LEI...
de Zoneamento, que fica sob o guarda-chuva do Plano Diretor, data de 1986, virou uma colcha de retalhos. A maior parte dos remendos, são para ajustar a legislação à realidade que já se instalou e não o contrário. Típico exemplo de lei que deixou de cumprir sua função de ordenar ocupação do espaço urbano.

DADA...
a magnitude dos desafios, é pouco provável que o Plano Diretor resolva todos os gargalos com os quais já nos defrontamos. Mas, se conseguir trazer para a realidade a discussão de um planejamento que não seja letra morta no fundo da gaveta, já terá se justificado.

POR FIM...
quando se fala em planejamento urbano é bom lembrar de Jaime Lerner reconhecido como um dos urbanistas mais influentes do mundo e que, como prefeito, transformou Curitiba em laboratório de soluções urbanas copiadas mundo afora. Ele, que morreu em maio passado vítima da Covid, deixou uma lição:  “Não adianta inventar adjetivos ‘cidades inteligentes’, ‘cidades resilientes’. Ou a cidade faz cidade, ou não faz”.

Equipe A.C.G