BASTIDORES

BASTIDORES - Urna Eletrônica



A URNA...
eletrônica, que tirou o país da idade média do voto volta ao centro das discussões políticas. Tirando a eleição de 96, que foi a de teste para a urna, os outros 12 pleitos que vieram a seguir, um a cada dois anos, foram 100% com urna eletrônica e nunca se teve notícia de fraude comprovada, apenas especulação, o chamado “jus sperniandis” (direito de espernear) de quem perdeu no voto.
QUEM...
não se lembra dos tempos do voto de papel depositado em urnas de lona e contado, um a um, com a mobilização de dezenas de cidadãos e cidadãs para formarem as juntas apuradoras que passavam dias e noites a fio na Quadra da EELAS, num processo cansativo e, muitas vezes, tentando decifrar o voto dado pelo eleitor. Isso foi há 25 anos e já faz parte do imaginário popular.
NÃO...
se fala aqui da emoção a conta-gotas que era um teste cardíaco para os políticos, com direito a torcida organizada e fiscais de olho em cada voto contado e resultados que mudavam a cada seção apurada. As cédulas, muitas vezes, eram usadas para protestos contra o governo, time de futebol ou apenas para chacotas. E claro, não eram poucas as denúncias do chamado voto de cabresto.
EM 2000...
a urna eletrônica chegou para as eleições de Fernandópolis, aposentando as de lona. Rapidamente a população se adaptou ao pleito dos novos tempos. O que antes demorava dias e noites, com transmissões intermináveis das rádios, agora o resultado chegava de supetão. Quantos candidatos, aguardando eleição certa, não viram o sonho desmoronar num piscar de olhos.
FOI...
a primeira eleição com urna eletrônica que também trouxe outra novidade para o eleitor: a possibilidade de reeleição para prefeito. Armando Farinazzo foi o primeiro a tentar renovar o mandato e perdeu para Newton Camargo, abrindo um tabu que duraria 20 anos, só quebrado na eleição de 2020 com a reeleição de André Pessuto. Ficou conhecido como o “tabu da urna eletrônica”.
O VOTO...
eletrônico pode ganhar uma novidade na reforma eleitoral que tramita no Congresso Nacional: o voto impresso auditável, bandeira defendida pelo presidente Jair Bolsonaro. Pela PEC - Proposta de Emenda à Constituição - em debate, os votos registrados nas urnas eletrônicas seriam impressos para dar segurança ao eleitor de que sua escolha foi registrada de maneira correta.
HÁ...
prós e contras  nesta discussão do voto impresso auditável. Entre a notória defesa da transparência de quem é favor, à brecha para a quebra do sigilo do voto de quem é contra, o debate entra para o campo da irracionalidade e das paixões políticas, nem sempre boas conselheiras. Quando a preferência ideológica entra em campo, a imparcialidade do debate perde espaço.
O TEMPO...
daqui até as eleições parece conspirar contra a iniciativa. O TSE – Tribunal Superior Eleitoral -  já sinalizou que, mesmo que a medida seja aprovada, não há tempo hábil para implementá-la para 2022. Sem contar o custo (R$ 2,5 bilhões) para adaptar impressoras às urnas eletrônicas.  É apenas mais um capítulo de uma novela de 25 anos...

Equipe A.C.G