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“Construir a sede da AVCC é o nosso sonho”



“Construir a sede da AVCC é o nosso sonho”

Osvaldenir Aparecido Tonelote ou, simplesmente, Cidinho Tonelote. Ele está há dois anos no comando da AVCC – Associação de Voluntários no Combate ao Câncer Cândida de Jesus Silva Nogueira de Fernandópolis. A pandemia do coronavírus não parou a entidade que atende 80 pacientes com câncer, que precisam do amparo para enfrentar a luta contra a doença. Apesar dos desafios e perdas impostas pela pandemia, a entidade tem muito a comemorar: ganhou terreno para viabilizar o sonho antigo de construir sua sede e acaba de receber o CEBAS - Certificação de Entidades Beneficentes de Assistência Social - pelo Governo Federal. Voluntário da AVCC há sete anos, Cidinho conta que o maior patrimônio da entidade são os voluntários. “Só quem está na entidade sabe o quanto é gratificante fazer o bem sem olhar a quem. Tudo que se faz de bom nessa vida, você recebe em dobro”, relata. De levantar de madrugada para confeccionar pães e doces, a vender promoções, eles (os voluntários) tocam a entidade sem medir esforços. A meta está definida: iniciar as obras da nova sede ainda este ano. Leia a entrevista:

A conquista do certificado CEBAS é um divisor de águas para a AVCC?
Esse certificado veio em boa hora por que, por mais que a gente lute e trabalhe, é necessário ter ajuda de alguém para conseguir manter essas 80 famílias. Por mais que os nossos queridos voluntários e funcionários trabalhem, e eles não medem esforços, sempre fica faltando alguma coisa. Agora, graças ao apoio do deputado federal Fausto Pinato, nós conseguimos esse certificado e tudo indica que vamos poder atender melhor nossos assistidos. Serão recursos que virão para ajudar e muito. 

Com esse certificado abre-se um leque de possibilidades para a entidade receber ajuda, inclusive emendas parlamentares?
Sim, tanto emendas parlamentares, quanto permitir que a gente possa adquirir via convênios veículos para transporte dos nossos assistidos. Duas vezes por mês a gente busca os assistidos para reunião na entidade e é muito complicado fazer esse transporte com as peruas que temos. Então, além das emendas com verbas, a gente pode conseguir um veículo para podermos transportar os nossos assistidos com todo conforto. 

"Sozinhos não somos ninguém, mas com a ajuda de todos, vamos construir a nossa sede"

Após quase dois anos de pandemia, como a entidade está nesse momento de retomada?
Na verdade, não paramos nesse tempo todo de pandemia. Graças a população de Fernandópolis, nesse período, a gente triplicou a nossas vendas de pães, farofa, doces. Nós precisamos aumentar  a produção de tudo que fazemos para atender a procura que foi muito grande. E os voluntários não mediram esforços. Uns se ausentaram por causa da idade, mas a maioria pegou firme e com isso a gente conseguiu manter a entidade neste período, sem faltar nada, Graças a Deus. Só para ter uma noção, neste ano de 2021, a gente não mandou apenas uma cesta para as pessoas. Nós mandamos um reforço no meio do mês, para que eles não tivessem dificuldade nenhuma na alimentação. Apesar de termos perdidos pessoas queridas que estavam conosco, podemos dizer que esse ano foi de glória, porque tivemos muitas conquistas, ajuda da população, trabalho dos voluntários. Tudo isso nos ajudou a superar a dor das perdas dos nossos entes queridos.

O grupo de voluntários faz a diferença na AVCC?
E como faz. Precisou deles, não tem dia, não tem hora. Nós fazemos o nosso trabalho a semana inteira e além disso a gente está com a exposição do fusca no Shopping (até este final de semana) e precisa sempre de voluntários das 8 da manhã às 22 horas. E ninguém fala não. Fernandópolis tem que se orgulhar de ter uma entidade como AVCC. Vale a pena visitar, conhecer o trabalho. Tudo é muito gratificante.

"Na AVCC não olhamos religião, não tem política, tem amor pelo próximo"

E o sonho é tirar do papel o projeto da sede própria?
Estamos lutando muito. Lançamos três Livros Ouro que estão correndo entre os empresários e a gente pede com carinho a ajuda de toda a população para realizar esse sonho. Sozinhos não somos ninguém, mas com a ajuda da população, dos empresários, de todos, não pesará para ninguém. Um saco de cimento, telha, o que a pessoa puder doar, é só entrar em contato com a gente na AVCC que buscaremos ou deixar em alguma casa de materiais de construção. Com a ajuda de todos, conseguiremos levantar esse prédio rapidamente. Isso vai dar um conforto imenso para o trabalho da entidade, poderemos atender melhor os pacientes e até ampliar esse atendimento. A nossa sede, que é um comodato com a Loja Maçônica Benjamin Reis, que Graças a Deus, não cobra nada da gente, mas está ficando apertado. Precisamos de um espaço maior e nós só vamos conseguir com a ajuda da população de Fernandópolis e região.

A doação do terreno foi o ponto de partida desse sonho?
Foi uma alegria para todos nós. Primeiro que a gente procurou o senhor Waldemar Mathias e foi uma emoção grande quando ele nos levou até o terreno e disse que se a gente tinha gostado, o terreno era nosso. Somos muito grato por ele ter feito essa doação. Já estamos pensando talvez agora no mês de novembro ou dezembro dar o pontapé inicial na obra. Não podemos começar, fazer o alicerce e parar, para não desanimar. Se você começa e chega até a cobertura, fica tudo mais fácil. Mas, para isso, precisamos da ajuda de todos. Preguiça a gente não tem, não tem dia, não tem hora, queremos trabalhar e levar o melhor para aqueles pacientes que estão precisando tanto e que são o motivo da nossa luta.

"Graças a população, nesse período de pandemia, a gente triplicou a nossas vendas de pães, farofa, doces"

Conta a sua história com a AVCC?
Foi até meio assustador, porque nem sonhava em chegar na AVCC. Olhava o trabalho do pessoal e gostava muito, sempre que passava na porta dos supermercados e via o pessoal trabalhando, a gente deixava alguma coisa, até que recebi o convite para ser voluntário. Isso foi há 7 anos. Fiquei dois anos como vice-tesoureiro, dois anos como vice-presidente e estou há dois como presidente e graças a Deus está dando tudo certo. 

O que o trabalho na entidade te ensinou neste período?
Só quem está na entidade sabe o quanto é gratificante fazer o bem sem olhar a quem. Tudo que se faz de bom nessa vida, você recebe em dobro. Trabalhamos com carinho, não tem salário aqui, mas a gente ganha muito com Deus. Se doar para levar um pouco conforto para essas famílias que tanto sofrem com essa doença. Não seria um vírus como esse que iria nos parar. A gente toma muito cuidado, mas estamos trabalhando, cada vez mais para que a nossa sede seja uma realidade em breve. 

Até fazer pão você aprendeu?
Nunca fiz pão na minha vida. Por causa da pandemia, nossos voluntários, os jovens acima de 70 anos, precisaram se ausentar. Pedi umas aulas para o professor Zequinha e começamos a fazer pão. De quarta-feira, a gente levanta às 2 horas da madrugada pra conseguirmos atender todos os pedidos. Tudo que precisar da gente, estamos prontos pra fazer. Virei padeiro depois de velho. 

Quem quiser ser voluntário na AVCC, o que faz?
Estamos sempre de portas abertas e com sorriso no rosto para receber aqueles que chegam. Pode ser uma pessoa que esteja precisando, que queira fazer uma doação, ou mesmo se voluntariar. Qualquer pessoa que quiser entrar nessa família é só preencher uma ficha, pôr as mãos na massa e começar a trabalhar. As portas estão abertas para todos. Ali não olhamos religião, não tem política, tem amor pelo próximo. Quem tiver vontade, pode chegar que estamos de braços abertos. 

Vocês estão com duas promoções, a do Fusca e da Pizza?
A gente tem que agradecer muito o senhor Elias Amicucci que fez a doação do Fusca e todo o pessoal que trabalhou na reforma do carro. Não tem quem não passa aqui nesse tempo que estamos no shopping que não se encanta com o Fusca branco. É uma raridade e uma ação entre amigos. Mesmo quem não ganhar vai se sentir feliz em ajudar a entidade. Aquele que ganhar vai sair com o carro todo restaurado, uma raridade. Vale a pena comprar o número (R$ 20 reais). Ficamos no shopping até este final de semana e já conversei com o gerente do Max Atacadista que liberou uma semana para gente ficar lá. Logo logo vamos conseguir vender todos os números dessa ação entre amigos. Pessoas da região, que estão passando por Fernandópolis também estão comprando número. O sorteio vai ser no dia 11 de dezembro na praça da Matriz. Achamos melhor fazer uma coisa mais transparente, com a população presente. Chamaremos alguma autoridade para estar presente, pessoal da imprensa. Sem contar, que na hora, a gente pode vender bastante número também. Agora em novembro, temos também a promoção da 3ª Pizza Solidária que vai ser no dia 20 de novembro. Quem ainda não adquiriu os ingressos pode reservar na AVCC (telefone 3462-55070 / 99733-1836) ou com os voluntários. Custa R$ 25, é uma pizza maravilhosa.

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