Treze meses atrás, David Luiz Moreira Marinho era mais um. Mais um bom zagueiro do futebol brasileiro que fez carreira na Europa após deixar o país, em 2007, aos 20 anos.
Antes mais um em um time que tinha estrelas como Neymar, Júlio César e Thiago Silva, ele vem se tornando único. Venceu a Copa das Confederações em 2013 e agora foi determinante para que o Brasil ganhasse uma vaga entre as quatro melhores seleções desta Copa.
Não bastasse o talento, ele tem demonstrado um carisma só comparável ao de Neymar na equipe.
O cabelo volumoso, as caretas que gosta de fazer para as câmeras e a gentileza com os torcedores o tornaram um dos mais assediados.
No jogo contra a Colômbia, foi o mais festejado pela torcedores no Castelão.
Entre os jogadores do time nacional, David Luiz é conhecido como "prefeito". Ganhou esse apelido pelo tempo que gasta dando autógrafos e tirando fotos com torcedores antes e depois dos treinos na Granja Comary, onde fica o QG da seleção.
Nas zonas mistas, setores do estádio onde os atletas passam para dar entrevistas após os jogos, ele sempre é o último a ir embora.
"Só falta eu no ônibus? Então pode ir que eu me viro para ir embora depois. Estou falando com eles [jornalistas]", disse o jogador depois da partida contra o Chile a um funcionário da CBF que o apressava para ir embora.
Não teria, contudo, obtido tamanha popularidade e prestígio só com o jeitão bem-humorado. Foram as atuações nesta Copa que deram a ele o status de protagonista.
Machucado, Neymar está fora do Mundial e o capitão Thiago Silva, suspenso, não joga a semifinal contra a Alemanha, no Mineirão.
Nesta terça, 8, David Luiz receberá a tarja de capitão e toda a atenção depois de dois gols no Mundial, contra o Chile e a Colômbia –ele nunca havia marcado com a camisa da seleção.
É o ápice da sua carreira. De um garoto que não levava jeito para jogar bola em Diadema, na Grande São Paulo, David Luiz se tornou o zagueiro mais caro do mundo, comprado pelo Paris Saint-Germain do clube inglês Chelsea por R$149,6 milhões.