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“Deus me deu o fôlego da vida”



“Deus me deu o fôlego da vida”

A dengue contaminou mais de 3,5 mil pessoas em Fernandópolis este ano. Mas, para uma fernandopolense, no oitavo mês de gravidez, a dengue gerou uma situação inesperada, de proporções inimagináveis, com risco de morte para ela e para o bebê. Edmara Cristiane Vidalle Lavezzo, o bebê Enrico, o filho Guilherme e o marido Ricardo Lavezzo, terão motivos de sobras para celebrar a vida neste Dia das Mães. 

Edmara é uma educadora física que desenvolve um trabalho bem-sucedido na Secretaria de Esportes e Lazer do Município e que movimenta a terceira idade na hidroginástica. Portanto, o ritmo de vida saudável era a garantia de uma gravidez tranquila até o parto previsto para 29 de abril deste ano. E era o que estava ocorrendo.
 “Tive uma gestação hiper saudável, sem complicações, tudo perfeito, correndo bem comigo e com o meu bebê nos exames de pré-natal com o acompanhamento de minha médica a Dra. Michele Bim”, contou ao CIDADÃO.
Mas, uma dengue, em meio a epidemia que assolou a cidade este ano, alterou o ritmo de tranquilidade no final da gravidez. Edmara enfrentou uma dura prova, como ela mesma relata. 
“No decorrer da minha gestação por volta da 34ª semana (final de março), comecei a sentir um mal-estar e calafrios... foi onde comecei a realizar alguns hemogramas e constatou-se que estava com dengue. Nos exames constaram que minhas plaquetas estavam baixas e por eu ser gestante tinha que fazer o meu parto o quanto antes, para salvar minha vida e a do meu bebê”.
A tranquilidade gestacional dos oitos meses foi substituída por um drama de incertezas, de medos e riscos. 
“Fui transferida pela Cross (Central  de Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde) para o Hospital Padre Albino em Catanduva, pois lá havia recursos para nós, com UTI neonatal. Chegando lá tive meu parto realizado às pressas por causa das plaquetas baixas. O meu príncipe nasceu saudável, com o peso ideal, nem precisou ir para a UTI neonatal. No parto tive que tomar anestesia geral para a cesárea. Foi tudo muito rápido, em seguida fui levada para a UTI, onde fiquei seis dias. Confesso que senti medo sim, quando o médico disse que teria que fazer o meu parto às pressas. Tudo estava programado para o dia 29 de abril, mas, devido a dengue ter me deixado muito debilitada, foi necessário antecipar tudo para o dia 3 de abril”, relembra emocionada. 
Em meio a angústia e medo daquele momento, Edmara buscou Deus. “Meu pensamento a todo instante era de pedir à Deus que me deixasse viver para cuidar dos meus filhos e do meu esposo. Eu estava consciente de tudo o que acontecia ao meu redor... o médico disse que meu parto seria de risco e que corria risco de morte. Mas, fiquei a todo momento conversando com Deus e tendo a esperança de que tudo ia dar certo. Logo meu bebê nasceu de uma cesárea, todos da família viram e ouviram... somente eu não pude ouvir o choro da vida, porque estava inconsciente, com anestesia geral.  Ficamos juntos no mesmo hospital, mas, separados ao mesmo tempo, ele na maternidade e eu na UTI, onde tinha os recursos necessários para minha recuperação”.
Foram seis longos dias longe do bebê e da família, isolada em uma UTI de hospital, recuperando as forças. Edmara não esconde lágrimas e a emoção ao relembrar o momento, que foi também de gratidão a Deus:
 “Quando tive alta da UTI, que fui até a maternidade encontrar meu filho, tive uma sensação de gratidão e honra a Deus porque mais uma vez ele me presenteou. Confesso que foram muitas lágrimas, pois ninguém acreditava que poderia me recuperar e viver esse momento. Mas tive a certeza que Deus estava ali comigo a todo instante. Ele me deu o fôlego de vida. Muitas pessoas estavam em oração por mim, jamais vou esquecer de tantas palavras de carinho e a força que me deram, fiquei muito agradecida por todos e agradeço mais ainda a Deus por nos mostrar que com ele podemos todas as coisas porque é o Deus do impossível. Que não devemos jamais desistir de viver e engrandecer o seu nome.  Hoje, mais ainda me apego a Ele e não me canso de dizer que o meu Deus é o Deus de milagres, Deus de vitórias”, testemunhou. 
Ao final do relato, Edmara deixou também uma mensagem: “Nunca desista de você, pois, maior que seja sua dificuldade, saiba que Deus nos ama e sempre cuida de nós, não importa o que você está passando ou enfrentando... Ele é fiel e misericordioso. Ele é Deus, Toda Honra e toda Glória a ti meu Pai celestial”. 

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