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“É uma revolução na saúde”



“É uma revolução na saúde”

O médico Guilherme Pinto Camargo, de 39 anos, que assumiu em janeiro o posto de diretor regional de saúde da Diretoria Regional de Saúde de São José do Rio Preto - DRS XV é quem está conduzindo o processo de regionalização de saúde. Ele abriu diálogo com as setes microrregiões onde estão as 102 cidades. Nesse espaço territorial já se identificou 40 hospitais e Santas Casas que ficarão responsáveis pelos atendimentos de baixa, média e alta complexidade. “Agora estamos identificando as especialidades que cada um atenderá”, disse o diretor em entrevista à Rádio Difusora FM e jornal CIDADÃO. Junto com a regionalização da saúde, o governo do Estado anunciou a Tabela SUS Paulista que vai complementar os procedimentos realizados pelos hospitais. Com os dois projetos o governo fala em revolução na saúde no Estado. Guilherme Camargo citou o exemplo do parto normal para mostrar o que representará a tabela SUS Paulista para os hospitais. “Um parto normal pelo SUS é remunerado em R$ 443,40. O governo do estado vai complementar esse valor até R$ 2,2 mil por procedimento”. Muito ligado a Fernandópolis, já que cursou aqui Medicina e é genro do médico fernandopolense Dr. Osny Renato Martins Luz, o diretor da DRS 15 está acompanhando de perto a recuperação financeira da Santa Casa. Aliás, foi um dos primeiros abacaxis que precisou descascar logo nos primeiros meses, quando o hospital ameaçou fechar as portas. Hoje em recuperação judicial, Guilherme vê a Santa Casa avançando na sustentabilidade. Na última segunda-feira, esteve em Fernandópolis para se encontrar com o vice-governador Felício Ramuth com quem cumpriria agenda na região. E aproveitou para falar do projeto de saúde do governo do Estado. Leia a entrevista:

Como está o projeto de regionalização da Saúde, agora em meio ao anuncio do projeto “Tabela SUS Paulista”?

São dois conceitos diferentes. A regionalização que já fizemos aquele primeiro evento quando apresentamos as diretrizes e os conceitos do projeto. Agora estamos na segunda etapa, que é mais das tratativas e ver quais as vocações dos HPPs (Hospitais de Pequeno Porte) e quais especialidades podemos direcionar para esses hospitais. E recentemente, o governador Tarcisio Gomes de Freitas junto com o secretário de Saúde Eleuses Paiva anunciaram a nova tabela SUS Paulista. É um complemento da tabela SUS que já existe e é praticada pelo governo federal. O Estado de São Paulo vai complementar os valores dos procedimentos da tabela SUS. Por exemplo, um parto normal que a tabela SUS paga em torno de R$ 400, a tabela SUS Paulista vem complementando chegando até a R$ 2,2 mil. Então, todos os procedimentos terão um complemento com essa nova Tabela SUS Paulista mostrando o quanto é justo isso para os hospitais que prestam serviço.

"A tabela SUS Paulista vem para mostrar o quanto é justo isso para os hospitais que prestam serviço ao cidadão"

Saiu uma lista de 40 hospitais da região que serão abarcados pela regionalização. Agora é definir quem atenderá baixa, média e alta complexidade?

Já temos toda essa definição. A nossa Diretoria Regional é dividida em sete microrregiões de saúde e em cada uma delas nós estamos definindo as vocações e especialidades que vão contemplar a regionalização da saúde.

Nesse projeto, trabalham com meta para colocar a regionalização para funcionar?

A tabela SUS Paulista começa a valer a partir de janeiro. E a regionalização nós já iniciamos. Primeiro, foram as discussões. Em novembro teremos outro grande evento onde começaremos a dar direcionamento de quais hospitais ficarão responsáveis por quais especialidades. Podemos dizer que já iniciamos o processo com a fase da discussão e acredito que a partir de janeiro, junto com a tabela SUS Paulista, estaremos com a regionalização definida.

"Em janeiro começa a valer a tabela SUS Paulista e esperamos também iniciar a regionalização"

Desde que tomou posse no cargo de Diretor Regional de Saúde em janeiro, o primeiro abacaxi que caiu no seu colo foi a crise da Santa Casa de Fernandópolis que agora está em recuperação judicial. É uma situação sob controle?

Temos uma grande sensibilidade com a Santa Casa de Fernandópolis e um diálogo constante com a direção, prefeitura e o governo do estado. O secretário Eleuses Paiva sempre tem recebido, não só a direção da Santa Casa como também o prefeito André Pessuto, sempre buscando uma forma de equacionar melhor essa questão envolvendo o hospital que, entendo, está dando grandes passos para uma melhoria em sua sustentabilidade e prestação de serviços à comunidade.

Já se tem ideia do montante de recurso que será injetado nos hospitais com a execução da regionalização e tabela SUS paulista?

É difícil falar em números agora, porque estamos conversando com os hospitais para ver quais são os serviços que eles têm condição de oferecer. E tudo na base do diálogo. Estamos muito próximo dos hospitais filantrópicos e Santas Casas para que possamos, junto com eles, pensar na melhor estratégia sobre a prestação de serviços sempre buscando oferecer o melhor ao usuário.

Será mesmo uma revolução na Saúde, como se falou?

Sim, acredito que tanto a regionalização como a tabela SUS Paulista vem com esse propósito. É o maior projeto de saúde não apenas no Estado, mas no Brasil. A tabela SUS do Ministério da Saúde está congelada há mais de 20 anos, sacrificando os hospitais. Agora com muita coragem e determinação do governador Tarcísio de Freitas e do secretário da Saúde Eleuses Paiva estão enfrentando esse problema. É uma grande revolução na história da saúde pública do estado.

"O que está sendo feito é uma grande revolução na história da saúde pública do estado"

O governo está focado em melhorar o serviço na saúde?

É uma das prioridades desse governo. Estamos vendo isso nessas ações que estão acontecendo. O governo do estado está indo bem em todas as outras áreas, mas o nosso foco é a saúde e estamos vendo com bons olhos esse movimento do governo no cuidado com a saúde, não apenas na nossa região, mas no estado todo.

 

 

 

 

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