Um dia depois do massacre sofrido contra a Alemanha, Luiz Felipe Scolari, em entrevista coletiva nesta quarta-feira, em Teresópolis, voltou a dizer que não se arrepende da forma como preparou, taticamente e psicologicamente, a seleção brasileira para a disputa da Copa.
Mas voltou a dizer que um dos 23 convocados não lhe agradou. Após o jogo contra o Chile, nas oitavas de final, o treinador reuniu seis jornalistas para uma conversa, em que disse que gostaria de trocar um jogador. Nesta quarta-feira, na Granja Comary, fez uma conta em que demonstra o mesmo desejo.
"Se eu tivesse que fazer outra convocação (para a Copa), repetiria 95% dos nomes", afirmou o treinador. Numa conta simples, 5% de mudanças dá um jogador.
Como na mesma entrevista Felipão fez fartos elogios aos goleiros reservas, o alvo do descontentamento do treinador é um jogador de linha. Dos 20 convocados para o setor, apenas um, o lateral Maxwell, não entrou em campo. Outros reservas perderam muito espaço durante o Mundial, como o meia Hernanes e o atacante Jô.
Já Bernard, opção desastrosa do treinador no jogo contra a Alemanha, foi defendido pelo treinador com uma estatística exagerada. De acordo com Felipão, não era necessário que ele treinasse com os titulares antes da semifinal da Copa, por ele estar acostumado a jogar.
"Dos 28 jogos que fizemos, o Bernard participou de 18", falou o técnico. Na verdade, o ex-jogador do Atlético-MG esteve em campo só 13 vezes sob o comando de Scolari.
Em outros trechos da entrevista coletiva, o treinador e seu parceiro de comissão técnica, o coordenador Carlos Alberto Parreira, defenderam a forma da preparação.
Questionado sobre o discurso de amplo favoritismo, Parreira até se exaltou. "A visão é a mesma. Positiva de quem está jogando em casa e a cultura de quem é pentacampeão mundial. Nunca vi um comandante ir para a guerra e falar para seus comandados que irão perder", afirmou o coordenador.
