Boa de Garfo

FESTIVAL DO RISOTO: todos os segredos da minha receita



FESTIVAL DO RISOTO: todos os segredos da minha receita
O dia que resolvi incrementar o risoto de camarão com pimentão vermelho e amarelo. Ficou show!/ Um dos risotos mais suculentos, rúcula com tomate seco

Eita que se existe pessoa mais apaixonada por risoto que eu, tá para nascer, viu! Esse prato tem origem italiana e segundo alguns historiadores, teria surgido na região da Lombardia, norte da Itália, no século XI, quando o sul do país era dominado pelos Sarracenos (uma das formas usadas pelos cristãos da Idade Média para designarem genericamente os árabes ou os muçulmanos), povo que introduziu o grão utilizado na preparação, que é aquele arroz arbóreo com o grão mais ‘gordinho’. O risoto mais famoso na época era o ‘Risotto alla Milanese’ feito com açafrão.

No Brasil essa iguaria desembarcou em meados do século XIX com a imigração italiana e ganhou novas variações com carnes, crustáceos, frango, pato e queijos. A gente adora inventar moda e incrementar tudo, né? É o tal do brasileiro fazendo brasileirice. Confesso que amo essa alquimia da cozinha. De misturar e experimentar para ver o que dá.

Mas voltamos ao risoto! A base do preparo do prato é um caldo bem saboroso e o arroz arbóreo. Para o caldo de legumes, gosto de usar cenoura, tomate, talos de cebolinha e salsa, e cascas de cebola. Dificilmente uso caldo de carne, até porque os meus risotos favoritos não vão carne na receita. Então, antes de mais nada coloco todos esses ingredientes em uma panela e faço o caldo.

Risoto de limão com xerém de amendoim

O risoto nada mais é que um arroz cremoso e acredito que o grande segredo no seu preparo é o amor e a paciência. Pois é aquele prato que você cozinha sem descuidar nenhum minuto da panela. Então, minha dica é, abra um vinho branco e curta o momento! Aliás, você vai precisar do vinho na receita, daí, não pode estragar né? (risos).

Em uma panela (eu gosto de fazer naquela wok) refogue cebola no azeite e quando ela ficar transparente acrescente o arroz. Não tenho medida, tá? Faço no olhometro mesmo. Deixe fritar um pouquinho e acrescente um cálice do vinho branco. Esse momento é um dos meus favoritos. Sobe um aroma dos deuses. Aproveite! Depois que o vinho evaporou com ajuda de uma concha vá adicionando o caldo aos poucos. Quando secar, acrescente mais e assim, vá cuidando até que ele fique ‘al dente’.

Além dos três preferidos, também amo um risoto de mix de queijos

Agora é o momento de você adicionar o ‘sabor’ ao risoto! Chegou o momento de revelar os meus três preferidos: rúcula com tomate seco, limão e camarão. Mas também amo o risoto e queijo! Enfim, pisciana indecisa. Mas, voltemos a receita. Quando tenho algum ingrediente cru, que precisa de um cozimento, como o camarão, faço isso antes e adiciono no arroz ele já grelhado. No caso do tomate seco só pico ele grosseiramente e a rúcula deixo para colocar momentos antes de servir. O risoto de limão aprendi com a minha amiga, Giovanna Vaz, e simplesmente vai limão espremido nesse momento. Gosto de misturar o tahiti com o limão siciliano. Quem prefere com menos acidez use só o siciliano, fica mais suave. Neste momento é a hora de acertar o sal.

Se necessário acrescente só mais uma concha de caldo para incorporar o recheio com o arroz. Para deixar ele cremoso e dar o ‘gran finalle’ que essa receita merece, adicione manteiga e queijo ralado. Deu água na boca, né? Relaxa, aqui também! (risos). Com o risoto pronto não espere para servir, pois ele é bom quentinho. Adicione a rúcula no risoto de tomate seco neste momento e sirva imediatamente. No risoto de limão, adicione raspas e sirva no prato com ‘xerém’ de amendoim (ou amendoim triturado, que é a mesma coisa). Para finalizar a receita com camarão adicione cheiro verde ou coentro, qual você preferir.

Prontinho! Com essa base é possível usar a criatividade e fazer muitas combinações de acordo com seu paladar. Bora cozinhar?

Boa de Garfo - Giovanna Simioli