No dia que a Casa de Portugal realiza um de seus eventos sociais de tradição, a “Feijoada do Portuga”, a entrevista é com o diretor social do “Clube da Colina”, Leandro Bassan. Com mais de 50 anos de história, a Casa de Portugal é um dos mais tradicionais da região e sobreviveu a onda de fechamentos de clubes na região. Leandro destacou o sucesso da feijoada no ano passado na retomada do pós pandemia e que, segundo ele, mostrou o quanto as pessoas estavam ansiosas para voltar a participar desse tipo de evento. Apostando na repetição sucesso. Bassan faz parte do time dos apaixonados pelo clube que, sob o comando da presidente, a arquiteta e urbanista, Marise Calçavara, trabalha para recolocar o clube no seu lugar devido na história. “O clube precisa se reinventar, como está se reinventando, para crescer cada vez mais. A Casa de Portugal tem um futuro promissor”, apostou o diretor. Leia a entrevista:
A Feijoada do Portuga foi o primeiro grande evento da retomada da agenda após o período mais crítico da pandemia e foi um sucesso no ano passado. E esse ano?
Vamos repetir o mesmo sucesso. Já no ano passado mostrou o quanto as pessoas estavam ansiosas para participar desse tipo de evento após dois anos de confinamento, tanto que 15 dias antes já não havia mais ingresso disponível e a procura era imensa. Devido à grande procura do ano passado, fizemos uma mudança na organização do salão e conseguimos abrir mais convites para este ano. Em vez de mesa para seis pessoas, colocamos mesa para quatro lugares, o que facilita a venda e permitiu a abertura de mais espaço para mesas e individual.
E as novidades para o decorrer do ano na Casa de Portugal?
Já estamos caminhando para o último semestre da atual gestão. Quem acompanha o dia a dia do clube viu que, lógico, dentro das limitações e dificuldades financeiras, conseguimos avançar nos melhoramentos da estrutura do clube, em organização. E agora vamos seguir nessa linha para deixar o clube o mais organizado possível para a próxima gestão que assumirá em janeiro do ano que vem. Estamos focados na feijoada este sábado e para o mês de agosto deveremos ter o “Boteco do Portuga” com comida de boteco e, provavelmente, duas bandas. Na área esportiva, os torneios que estão bombando no clube. Temos para o final do mês o torneio de tênis das empresas que foi um sucesso no ano passado, inclusive a Rádio Difusora FM participou. Temos os torneios de beach tennis. Estamos buscando sempre, através de eventos, movimentar o clube e os associados.
"No ano passado a Feijoada do Portuga mostrou o quanto as pessoas estavam ansiosas após dois anos de confinamento pela pandemia"
Os clubes sociais estão tentando ressurgir, após mergulharem num vácuo quando muitos inclusive desapareceram. A Casa de Portugal está se reinventando?
Desde que estou no clube participando da diretoria, é a segunda gestão que participo, a gente nota que no pós pandemia percebemos que aumentou bastante a participação do associado e de gente buscando se associar para usufruir do espaço de lazer. Não sei se tanto pelo tempo que ficaram isolados, ou pelo boom do beach tennis. Até uns anos atrás, o clube vivia uma fase mais masculina. Era o futebol, sauna e poucas mulheres participavam no dia a dia do clube. O beach tennis trouxe a família toda para o clube. Vieram as mulheres e as crianças também. Acredito que esse novo esporte que explodiu no Brasil há uns dois ou três anos, foi um divisor de águas para o clube. A Casa de Portugal sempre foi o clube da família e o beach tennis consegue resgatar essa tradição.
O grupo que está no comando do clube deve continuar para o novo mandato?
Por enquanto não discutimos a questão, mas posso dizer que a ideia é dar continuidade buscando atrair caras novas, já que é normal alguns diretores se afastarem por deveres particulares, mas ideia é dar continuidade no trabalho que está sendo feito, aliás, muito bem feito pela nossa presidente Marise Calçavara e demais diretores.
"Até uns anos atrás, a Casa de Portugal vivia uma fase mais masculina. Hoje as mulheres e as crianças estão de volta"
E a questão financeira?
O maior ativo do clube hoje é o associado. Nós precisamos de mais gente se associando para conseguir fechar a conta. Hoje, o clube está com as contas praticamente equalizadas. Porém, para gerar mais receitas e, consequentemente, conseguir maior investimento e melhorias, tem que ser através da captação de associados. Não tem outra maneira. Antigamente era vendido o título e depois você pagava a mensalidade. Precisamos nos adequar a realidade para trazer de volta o associado. Agora o associado chega e só paga a mensalidade que gira em torno, do universitário até o familiar, na média entre 90 a 160 reais. Não é caro para o associado ter acesso a todas as dependências do clube todos os dias, inclusive de segunda-feira, o que também é uma novidade. Diria que é um lazer barato pela estrutura que a Casa de Portugal oferece.
A gente lembra da obra na casa das máquinas da piscina, aquela que ninguém vê, não?
Os chamados investimentos estruturais estão sendo feito aos poucos, até pela situação financeira. Esse foi um investimento que veio da gestão anterior, essa troca total da casa das máquinas que foi executada nesta gestão. Também a construção de três quadras de beach tennis. A ideia é ampliar essa estrutura naquilo que for possível nos próximos anos. É um passo de cada vez. Tivemos uma mudança muito bacana nas quadras de tênis na gestão do diretor Virgílio Neves o que atraiu mais associados na prática desse esporte. A sauna, veja que legal, os associados fizeram uma vaquinha entre eles, e melhoraram aquele espaço. Isso é bacana, o associado percebendo a situação, se junta ao clube nesse propósito de melhorar cada vez mais.
"O maior ativo do clube hoje é o associado. Precisamos de mais gente se associando para conseguir fechar a conta e investir"
E o perfil do frequentador do clube atualmente?
É bem eclético. Enquanto os mais experientes vão deixando de ter uma frequência mais assídua no clube, os mais jovens estão chegando. Então hoje, o clube tem atrativos para todas as idades.
Qual o maior sonho da diretoria?
Acho que é melhorar a estrutura do clube. Com recursos, a gente consegue investimentos e a poderia oferecer para o associado, por exemplo, uma academia, uma piscina aquecida, eventos diferenciados, restaurante. Mas, para isso é necessário o aumento do quadro de associados. Não tem outra solução. Fazemos eventos sociais e esportivos, mas não é suficiente para esse up na estrutura do clube.
Na sua visão o clube tem futuro?
Sim. A Casa de Portugal tem um futuro promissor, justamente por esse desejo de união e pela prioridade que está sendo dada ao lazer, após o episódio da pandemia. Lógico, mantendo qualidade e melhorando em estrutura, a tendência é sempre crescer. Ele tem que se reinventar, como está se reinventando.