A frase é da nova dirigente regional de ensino em Fernandópolis, professora Maria Aparecida Mendonça em entrevista ao CIDADÃO e Rádio Difusora. Ela foi nomeada para o cargo no último dia 11 após ser aprovada em processo seletivo realizado pela Secretaria Estadual de Educação. Assumiu com a experiência de quem passou pelas funções de professora, coordenadora, vice-diretora, diretora e supervisora de ensino. Na Diretoria de Ensino, coordenará as escolas da rede estadual, rede municipal e escolas particulares das cidades de Estrela d’Oeste, Fernandópolis, General Salgado. Guarani d’Oeste. Indiaporã, Macedônia, Magda, Meridiano, Mira Estrela, Ouroeste, Pedranópolis, Populina, São João das Duas Pontes, São João de Iracema e Turmalina.“Após a pandemia, o nosso trabalho é o de resgatar os alunos que ainda têm uma frequência irregular, ou seja, que eles voltem e aprendam a gostar da escola. Esse é nosso desafio”, diz nesta entrevista. Leia:
De professora a dirigente de ensino a senhora fez carreira rápida em São Paulo. Como foi?
Sim, eu iniciei em 1995 em Minas Gerais, em Iturama, cidade onde nasci. Em 2000 vim para o estado de São Paulo onde exerci a função de professora até 2008. Fui para a coordenação, em 2012 ocupei o cargo de vice-diretora, em 2018 passei no concurso de diretor e em 2022, após passar no concurso de supervisora, assumi o cargo na Diretoria de Fernandópolis. Esse ano prestei o processo seletivo, passei por todas as etapas para dirigente de ensino e hoje estou ocupando o cargo.
Ao percorrer todos os cargos na educação, qual a visão que chega ao posto de dirigente de ensino?
A educação tem passado por várias transformações, é algo que ainda precisamos ter cuidado, um zelo grande, não só em relação aos alunos, mas as pessoas que formam no processo educacional. A pessoa não é só conhecimento, ela também é sentimento. Por isso, hoje a condição sócio emocional importa muito. A pessoa é um ser completo, integral. O objetivo é a formação integral do nosso aluno e por isso precisamos de uma equipe integrada e engajada no processo como um todo. Por isso pretendo pautar meu trabalho como sempre fiz em todas as funções e cargos que ocupei, com responsabilidade, compromisso, dedicação e humanidade, buscando sempre bons resultados através do diálogo e do trabalho em equipe.
"A nossa diretoria lidera os índices no Estado. Precisamos manter e melhorar o que já está bom"
O que encheu os seus olhos para disputar o cargo no processo seletivo?
Em cada etapa temos um olhar diferente. Enquanto diretor, trabalhamos pela escola. Enquanto supervisora, tinha as escolas as quais liderava. Enquanto dirigente, temos que ampliar esse olhar porque teremos sob nossa gestão um número maior de escolas, alunos, professores e profissionais. E quando abraçamos um novo desafio, é sempre na intenção de acertar, de buscar alternativas e coisas boas. Temos que fazer o que está bom ficar melhor. A nossa diretoria tem bons resultados no Estado, sempre está na liderança. Vamos continuar trabalhando para que a nossa região continue à frente, melhore ainda mais os índices. Vamos trabalhar por uma humanização maior.
A senhora já identificou o maior desafio?
O maior desafio, principalmente, após a pandemia que passamos, é fazer com que os alunos estejam engajados, estejam dentro da sala de aula. Muitos ainda não conseguiram retornar para a escola. Temos que faze-los acreditar na educação como ferramenta de mudança de vida. O nosso trabalho será focado nessa direção, de resgatar esses alunos que ainda têm uma frequência irregular, ou seja, que volte para a escola, aprenda a gostar da escola. Esse é nosso desafio.
"Temos que criar um ambiente para que o aluno queira estar na escola"
E como fazer isso?
Isso demanda trabalho de equipe. Vamos conversar com os diretores, porque são eles que vivem a realidade da escola. Cada escola é única, tem suas particularidades, por isso, temos que dialogar sobre o que aquela escola realmente necessita, que tipo de apoio necessita. Quando olhamos para o geral, o ideal é que todos estejam na escola. Hoje temos um sistema que monitora a frequência do estudante e o engajamento nas atividades. Isso possibilita uma visão geral da realidade. Temos que olhar agora os pontos específicos de cada escola, sobre o que é necessário olhando para a realidade de cada escola.
Qual a visão do novo governo para a educação?
Creio que nos próximos dias o secretário da Educação Renato Feder deve reunir os novos dirigentes de ensino. Mas, o que já percebemos é que o novo secretário preza muito é a presença do aluno na escola. Não tem como ele aprender se ele não estiver na escola. Isso é fato. Por isso, esse monitoramento em tempo real de todas as mais de 5 mil escolas do Estado. Temos que criar um ambiente para que o aluno queira estar na escola. E isso passa pelo envolvimento da família que é fundamental para que o processo funcione. Por isso, quando a gente fala em parceria, é o envolvimento de todos, da escola, da família e da sociedade.
Como as escolas de período integral estão funcionando?
Essas escolas recebem verbas diretamente para investimento em equipamentos. Hoje as escolas estão muito bem equipadas, com monitoramento de câmeras, tecnologia de informática em sala de aula e laboratórios. Melhorou para o professor que tem condições de preparar aulas mais significativas, mais motivadoras. Hoje com as escolas de ensino integral, os alunos passam muito tempo na escola, das 7 às 16 horas, nas escolas de turno único. Nas de dois turnos, o aluno fica das 7 às 14 e das 14 às 21 horas. Nesse tempo precisa ter atividades diferenciadas para mantê-lo motivado. Hoje a gente vê as escolas, não apenas investindo na questão da tecnologia, de material pedagógico, livros, mas também na questão da estrutura. Nossas escolas estão mais bonitas, mais acolhedoras, investindo na climatização das salas de aulas, que não é luxo, mas uma questão de sobrevivência numa região quente como a nossa. Melhorou muito. Hoje os alunos recebem todo o material que necessitam.
"Educação é parceria, é envolvimento de todos, da escola, da família e da sociedade"
E os professores?
Hoje com todas as escolas no sistema de ensino integral, os professores têm uma gratificação pela dedicação exclusiva à escola com uma jornada intensa. E isso vem acompanhado de intensa formação sempre em busca do aperfeiçoamento. Digo aos professores que somos parceiros e estamos juntos para buscar soluções. Somos uns pelos outros. E podem sempre contar conosco. Eu lembro, que temos apenas três escolas que ainda tem o ensino regular noturno (Joaquim Antonio Pereira, a Professor Antonio Tanuri e o Sansara Singh em Ouroeste). As demais são todas de período integral. Reafirmo que estamos focados em fazer o melhor e isso inclui todas as escolas estaduais, as escolas da rede municipal e as escolas particulares dos municípios que formam na nossa Diretoria de Ensino.