Direto da Redação

O PL, de Milton Leão a João Paulo Cantarella



O PL, de Milton Leão a João Paulo Cantarella
Milton Leão foi eleito prefeito pelo PL em 1988; João Paulo Cantarella em 2024

O PL - Partido Liberal - retorna ao cenário político de Fernandópolis. A vitória na disputa pela prefeitura com a eleição de João Paulo Cantarella coloca o partido, pela segunda vez, no comando da cidade.

Lá se vão 36 anos, quando em 1988, Milton Leão foi eleito pela segunda vez prefeito de Fernandópolis numa disputa que reuniu quatro candidatos. Além dele, Ibraim Belúcio apoiado pelo prefeito Newton Camargo (PMDB), Leo Huber (PT) e Raul Gonçalves (PTB). Leão venceu o pleito com 11.988 votos, 6,2 mil a mais que o segundo colocado, Ibraim Belúcio. No último domingo, o PL ganhou a Prefeitura de Fernandópolis também com larga vantagem na votação: 8,3 mil votos de diferença para o segundo colocado, Rodrigo Ortunho (Republicanos).

Em 1992, o PL disputou a prefeitura com líder de bairro Chico Arouca, que ficou em terceiro lugar (4.978 votos) numa emblemática eleição, vencida por Luiz Vilar (6.983), Farinazzo (5.830) e Alcides do Faria (4.978), Ricardo Franco (1.609), Angela Campos (844) e Jorge Aidar (156 votos).

Esteve também nas eleições para deputado estadual em 1990 com Manoel Terra Verdi (6.921 votos). Em 2006 com José Carlos Zambon o PL saiu das urnas em Fernandópolis com 13.631 votos na eleição para deputado estadual.

Depois o partido sumiu de cena, até porque se fundiu com o Prona e, por algum tempo, virou o PR – Partido da Republica – para mais tarde ser rebatizado como PL Voltou em 2023 para retomar o protagonismo em Fernandópolis ao ganhar a prefeitura, 36 anos depois.

BATE PRONTO

- O TAL QUOCIENTE -  Ele ainda causa espanto entre os eleitores. O vereador Everaldo Lisboa (PRD) obteve nas urnas 569 votos. Dois colegas, Julinho Barbeiro (PP) com 544 votos e Jeferson da FEF (UB) 523 votos entraram. Até aí, nenhuma novidade. Não é o primeiro candidato com mais voto que não aparece na lista dos eleitos. O surpreendente é que, como o PRD não elegeu vereador, Lisboa nem aparece como suplente, numa lista que tem candidata com dois votos, Denize Ferreira (UB). É a regra do jogo.

- FANTASMA PRESENTE – A coluna Bastidores do último sábado, véspera das eleições, alertou que o fantasma da abstenção andava tirando o sono dos candidatos. E ele, de novo, se apresentou. Quase um terço dos 50.691 eleitores não apareceu para votar. A abstenção foi novamente alta, 26,7%. Em números: compareceram para votar no domingo, 37.146 eleitores. Os ausentes formaram um grupo de 13.545 eleitores que só perde para a votação do prefeito eleito João Paulo Cantarella (16.881). Somado os votos brancos, nulos e abstenção, o total de votos sem candidatos chega 16.104.

- VOTOS VÁLIDOS – A Justiça Eleitoral contabiliza como votos válidos apenas os dados a candidatos. De acordo com a totalização do TSE, esse total é de 33.494 votos, porque os 1.093 votos dados a chapa do PT, Adilson Campos e Sérgio Teixeira, aparecem como “anulado sub judice”. O candidato a vice-prefeito da chapa Sérgio Teixeira perdeu recurso no TRE e foi indeferido, situação que afeta a chapa e que só foi revelada no final da votação no domingo.

- THE END – O vereador Cidinho do Paraiso anunciou na sessão de terça-feira que vai deixar Fernandópolis após concluir o mandato em 31 de dezembro. Vai morar no litoral. Cidinho sai de cena colecionando polêmicas (ar condicionado nos postes, entre outras), mas deixa gravado na história política de Fernandópolis um feito que ainda levará anos para ser batido. Em 2016, ele saiu das urnas com 2.881 votos, superando o recorde de Ricardo Franco em 1982. Em 2020, viu a votação derreter, reeleito com apenas 574 votos. Este ano , ele contou 142 votos e encerrou sua história política na cidade.

FOTO DA SEMANA

FOTO DA SEMANA
Foto - Internet

A Avenida Expedicionários Brasileiros foi o palco da comemoração da vitória de João Paulo Cantarella e Marcos Mazeti. Os dois chegaram em caminhão de som, recepcionados pelos eleitores.

POSITIVO

O sistema eleitoral brasileiro que demonstrou, mais uma vez, sua agilidade, transparência e confiabilidade. Encerrada a votação, em poucas horas já se tinha o resultado do pleito e os vencedores puderam comemorar. Somado a isso, o trabalho da Justiça Eleitoral em Fernandópolis comandada pelos juízes Renato Soares de Melo Filho (da 150ª Zona Eleitoral) e Wendel Alves Branco (da 302ª) responsável pela comarca. Eleições tranquilas e sem incidentes.

NEGATIVO

Em plena era da internet, os candidatos mantêm ainda o hábito (reprovável) de espalhar santinhos nas imediações das seções eleitorais como se isso fosse mudar o curso da eleição. São os primeiros a dar o mau exemplo, emporcalhando a cidade que querem administrar, seja no Executivo ou no Legislativo. Na quarta-feira, três dias após as eleições, tinha eleitor indignado com a sujeira, já que a prefeitura também não tinha feito a sua parte na limpeza.

Claudemir Cabreira

Jornalista.