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O secretário “pé na estrada”



O secretário  “pé na estrada”

O deputado licenciado Itamar Borges (MDB) levou para a Secretaria Estadual de Agricultura o estilo “corpo presente”.  Desde que assumiu a missão como secretário estadual da Agricultura, Borges tem cumprido extensa agenda de trabalho pelo interior do Estado visitando todas as unidades da sua secretaria. Assumiu a gestão “pé na estrada” pois, como costuma dizer, o desafio é grande. Na última sexta-feira, 20, por exemplo, amanheceu em Fernandópolis, acompanhado do secretário-executivo, Francisco Matturro, para a primeira reunião com a equipe do Núcleo de Sementes, isso às 6h30. Depois foi até a sede da CATI/Regional de Fernandópolis no centro da cidade, a antiga Casa de Agricultura, para se reunir com a equipe, prefeitos, vereadores e produtores. A visita ao prédio foi acompanhada pelos coordenadores da CATI/ CDRS e da Defesa, respectivamente, Alexandre Grassi e Luis Bianco, e pelos diretores técnicos do EDR e do EDA, Mauro Leitão e Marcos Guimarães. Ali viu e ouviu o tamanho da responsabilidade. A Secretaria da Agricultura não está repondo o pessoal que vai se aposentando. Ouviu que Fernandópolis já teve cerca de 50 profissionais. Hoje são cerca de 15. Dos prefeitos ouviu pedidos de mais apoio. Entregou o terceiro Selo Arte do Estado para Fernandópolis. O Certificado de Registro de Produto entregue para a queijaria artesanal Jeito do Mato possibilita o envio dos produtos artesanais para outros Estados, abrindo o mercado e impulsionando a economia. De Fernandópolis, o secretário partiu para cumprir a agenda do dia em Jales, General Salgado e Araçatuba. Antes de partir, conversou com CIDADÃO:

O senhor está fazendo uma visita pelo estado conhecendo cada unidade da Secretaria Estadual da Agricultura. Qual a realidade que encontrou em Fernandópolis?

Nós pudemos conhecer em Fernandópolis o Núcleo de Produção de Sementes e a Unidade do Departamento de Sementes, Mudas e Matrizes que temos aqui e distribuímos para todo o Estado. Esse posto que funciona no Distrito Industrial tem 1.200 m² de construção em uma área total da unidade de mais de 4.700 m², onde é processada as sementes de feijão e sorgo para todo o Estado, além disso, a unidade participa de trabalhos de pesquisa com soja, milho, algodão com o IAC (Instituto Agronômico de Campinas) e Apta (Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios).  No momento a atividade é o beneficiamento de sorgo. Daqui a 20 dias tem previsão de início do trabalho com 70 toneladas de feijão. Depois fomos conhecer e conversar com a equipe da Escritório de Desenvolvimento Rural (EDR), o Escritório de Defesa Agropecuária (EDA) e a Casa de Agricultura de Fernandópolis. Dialoguei com os colaboradores de Fernandópolis e da região, técnicos, agrônomos, veterinários conhecendo um pouco das demandas e também falando dos novos programas que lançamos na secretaria. Conversamos com os prefeitos, vereadores da região, cooperativas, associação de produtores que vieram trazer, não só a preocupação, mas também conhecer os programas que acabamos de lançar de créditos para as cooperativas, para o pequeno produtor, crédito emergencial, além de anunciar que vamos lançar em breve o maior programa de recuperação de estradas rurais, através do Melhor Caminho, com grande investimento do governo. Tivemos a oportunidade de participar em Fernandópolis de um momento especial que foi entregar o Selo Arte (de produto artesanal) para a queijaria Jeito do Mato, reconhecendo essa empresa de Fernandópolis que faz um trabalho importantíssimo para a projeção da cidade no cenário nacional através de sua produção de queijos artesanais. Com esse selo que entregamos para a queijaria, em nome da equipe da Defesa Agropecuária, vai dar a empresa a possibilidade de comercializar em todo o território nacional, ampliar a produção, gerar mais emprego, potencializando o agronegócio e o turismo para Fernandópolis.

"Temos uma secretaria com uma estrutura menor do que a importância que ela tem"

O agronegócio paulista tem grande participação no PIB, mas a estrutura que o senhor está encontrando não é muito compatível com esse potencial, não?

Isso é verdade. Você tem uma secretaria com uma estrutura menor do que a importância que ela tem. É um grande desafio, já pedi ao governador João Dória e ao Rodrigo Garcia (vice-governador). Eles têm me dado essa atenção para fazer com que essa estrutura, seja direta ou em parcerias, possa dar o retorno e o apoio do tamanho do peso que tem para a economia e o PIB do Estado e do Brasil o nosso agronegócio. Somos o segundo PIB do agro do Brasil e olha que estamos em um estado industrializado, com tantas outras atividades. Somos a terceira maior produção do Brasil com uma área pequena na comparação com outros estados, como Mato Grosso, Goiás, com áreas muito maiores que a nossa. Somos o maior exportador do Brasil, primeiro lugar em produção e exportação de laranja, primeiro lugar em produção e exportação de açúcar e álcool, primeiro lugar em produção e exportação de borracha, temos a avicultura outro negócio em que somos destaque, sem contar a exportação de pecuária. São Paulo é o maior exportador e temos que valorizar isso. Por isso tenho dialogado com os nossos técnicos, com os prefeitos, com os sindicatos rurais, com a Faesp, Senar, em busca de parcerias para atender e estimular o nosso produtor, as cooperativas, associações de produtores e instalando em todas as regiões do Estado o chamado APL (Arranjos Produtivos Locais) para organizar os setores, como de leite, frutas e demais atividades para que possam agregar valor, melhorar gestão e ganhar mercado para seus produtos.

"O projeto Rotas Rurais está permitindo ao produtor rural ter um endereço digital individualizado com geolocalização"

O senhor levou para a secretaria de Agricultura seu estilo de deputado presente na região, inclusive durante sua conversa com produtores, muitos elogiaram sua disposição de estar no campo e não em gabinete?

Eu nasci no campo, sou pequeno produtor, como prefeito de Santa Fé do Sul eu administrava a cidade rodando e encarando os problemas. Foi o que o governador me pediu, que saísse a campo, identificasse os problemas e trabalhasse em cima da solução. Eu espero poder corresponder toda a confiança que estão depositando em mim. É um desafio, uma missão nova. Sou da região, sou da terra, do campo e quero corresponder às expectativas trabalhando muito. Gabinete só quando precisar, no mais é pé na estrada.

"É um desafio, uma missão nova. Gabinete só quando precisar, no mais é pé na estrada"

O senhor tem falado muito sobre o programa Rotas Rurais. Como funciona?

Estamos realizando o mapeamento no Estado. Já entregamos mapas de geolocalização de estradas e propriedades rurais em dezenas de cidades dentro desse programa das Rotas Rurais - e a Secretaria de Agricultura segue mapeando outras cidades, inclusive Fernandópolis. A iniciativa pioneira e inédita na América Latina vem sendo desenvolvida por meio de parceria entre a Secretaria de Agricultura e Abastecimento e o Google. O sistema funciona mesmo onde não existe um endereço estruturado com rua e número, garantindo o Código de Endereçamento Digital (Plus Code) a toda propriedade rural e permitindo sua localização imediata através de aplicativos como Google Maps e Waze.  A partir dos dados finalizados, o produtor rural passa a ter um endereço digital individualizado, permitindo o recebimento de correspondência, obtenção de crédito e melhora no acesso à propriedade e no escoamento da produção. É a inclusão efetiva da área rural no mapa de São Paulo.

O Estado de São Paulo já está se preparando para ser um estado livre da aftosa?

Retirar a vacina da febre aftosa no Estado é para maior proteção ao rebanho com ampliação para o mercado exterior. A Secretaria de Agricultura, vai reativar os corredores sanitários para monitorar as fronteiras por meio da implantação de 14 barreiras fixas e 22 móveis, com veículos adaptados e equipados. As ações vão abranger as divisas dos estados do Paraná, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Rio de Janeiro que serão supervisionados 24 horas do dia, todos os dias da semana, por servidores do órgão. Também serão adquiridas 22 unidades móveis de fiscalização para ampliar a abrangência do trabalho de vigilância sanitária nas fronteiras e no interior paulista. A reestruturação dos postos fixos nos corredores sanitários, além de impedir que doenças animais e pragas vegetais adentrem o estado, será fundamental para que possa ocorrer a retirada da vacinação contra febre aftosa, pois é uma exigência do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Com a retirada da vacinação contra febre aftosa o estado de São Paulo alcançará um novo patamar sanitário, o status de livre de aftosa sem vacinação

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