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Outubro Rosa, porque a prevenção é fundamental



Outubro Rosa, porque a prevenção é fundamental

Outubro chegou e com ele uma das campanhas mais importantes do ano, o “Outubro Rosa”. Em meio a pandemia do coronavírus, a campanha deste ano será diferente. Sem a carreata tradicional ou a campanha de rastreamento mamográfico como vinha se repetindo nos últimos anos no Instituto de Prevenção “Júlia Marzola Faria” do Hospital de Amor de Fernandópolis.

“Esse ano, por conta da pandemia do coronavírus, vai ser um pouco diferente de tudo que estamos acostumados a vivenciar nas últimas edições de Outubro Rosa. Estamos fazendo os exames de mamografia, porém, são de pacientes de segmento de câncer, que estão em acompanhamento e tratamento dentro do hospital”, relatou a enfermeira Tânia Silveira Lourenço.

A hora é de focar no autoexame das mamas. “Extremamente importante a mulher fazer a apalpação, até porque é através o auto exame é que ela vai se autoconhecendo. Tem que ser um hábito, todo o mês realizar o autoexame, buscando se conhecer para identificar algo diferente se por ventura vier a ocorrer, a partir daí procurar a gente”, destacou nesta entrevista ao CIDADÃO.

O Instituto de Prevenção retomou as atividades de forma gradativa no final de junho e ainda não está atendendo na sua capacidade para evitar aglomerações e riscos para as pacientes. Mas, está enfeitada para comemorar o Outubro Rosa. Veja a entrevista:

Como será a campanha “Outubro Rosa” em ano de pandemia?

Este ano será bem diferente dos anos anteriores, onde realizávamos ações externas, internas, com a participação da população, com carreata, realizando campanha de exames de mamografia reunindo muita gente na Unidade de Prevenção de Fernandópolis. Envolvia muito calor humano. Esse ano, por conta da pandemia do coronavírus, vai ser um pouco diferente de tudo que estamos acostumados a vivenciar nas últimas edições de Outubro Rosa. Deixamos de fazer a mamografia para o rastreamento para evitar aglomerações e risco para pacientes. Estamos fazendo os exames de mamografia, porém, são de pacientes de segmento de câncer, que estão em tratamento dentro do hospital. Nós retomamos nossas atividades no final de junho e hoje recebemos em torno de 20 pacientes/dia de mamografia para cumprir todo um protocolo rígido de distanciamento social, biossegurança, higienização de máquinas, equipamentos a cada paciente que realiza o exame. Tudo por precaução para o paciente e para os funcionários. Existe também toda uma triagem na chegada do paciente, um questionário feito por telefone com os pacientes sobre sintomas gripais para evitar que ele chegue no Instituto e seja dispensado. São várias medidas adotadas dentro do protocolo de segurança. A Unidade está com funcionamento parcial e, nesse momento do Outubro Rosa, não será diferente do que já está acontecendo atualmente.

"As mulheres estão muito mais conscientes e engajadas nessa campanha de prevenção"

Será um Outubro Rosa mais de conscientização?

Sim. Nos anos anteriores o fluxo de orientação era para a mulher procurar a Unidade Básica de Saúde e ser encaminhada para o exame preventivo. Eram as pacientes assintomáticas. Esses exames que chamamos de rastreamento, estão suspensos por conta da pandemia. Gradativamente estamos retornando. Desde junho já aumentamos o nosso atendimento, sempre priorizando a segurança de todos. Mesmo a região estando na fase amarela da quarentena, ainda temos a Santa Casa com internação lotada e não queremos ser um problema e não é necessário o paciente se expor a esse risco nesse momento. É uma paciente que pode aguardar para fazer a mamografia em outra oportunidade. O exame não acontece só mês de outubro, mas sim o ano inteiro aqui no Hospital. A campanha Outubro Rosa cumpre a função de ser um alerta às mulheres sobre a importância da prevenção, mas os exames estão disponíveis durante o ano todo.

Portanto, nada de aglomerações?

Antes da pandemia, a gente realizava muita palestra externa com a população, em empresas, indústrias, para falar sobre a prevenção. Neste ano vamos evitar esses eventos externos. Sempre realizamos nossa carreata na primeira semana de outubro, que saia do Instituto e seguia até o centro da cidade com ações na praça com a carreta. Este ano, optamos por não fazer para evitar aglomerações. As ações internas, que são, por exemplo, oferecer brinde para paciente, ainda vamos manter para aqueles que estão sendo agendados para exames. Nossa recepção está decorada, enfatizando o outubro rosa, mas nada de evento além disso.

"Outubro Rosa cumpre a função de ser um alerta às mulheres sobre a importância da prevenção"

Fala-se muito sobre o impacto da pandemia no trabalho de prevenção. No caso da prevenção do câncer de mama há temor de prejuízo para as pessoas?

Na verdade, isso nós vamos descobrir a longo prazo com essa parada momentânea dos exames de rastreamento. Mas, é bom lembrar que desde julho estamos retornando gradativamente com nossas unidades móveis que já estão trabalhando. Entramos em contato com a Secretaria de Saúde do Município, com o prefeito, para uma tomada de decisão em conjunto com o município. Estamos seguindo os protocolos que são aplicados aqui em nossa Unidade fixa de Fernandópolis. Então, nos municípios que estão solicitando a unidade móvel, o atendimento voltou a acontecer. Só não fazemos o rastreamento mamográfico na Unidade fixa de Fernandópolis por conta de uma demanda que já temos e que estava represada, que são os pacientes em acompanhamento. Talvez não tenhamos tanto impacto assim por conta do atendimento da unidade móvel. Durante esse período de pandemia, todas as pacientes que ligam na nossa unidade e relatam sintomas, com alteração na mama e tem alguma queixa, foram atendidas. Só deixamos de fazer as pacientes assintomáticas que não apresentam queixa, ou sintomas no momento. Acredito que em breve deveremos retomar o rastreamento de forma gradativa.

Nesse momento, mais do que nunca, as mulheres precisam praticar o autoexame da mama?

Extremamente importante a mulher fazer a apalpação, até porque é através o autoexame que ela vai se autoconhecendo. Tem que ser um hábito, todo o mês realizar o auto exame, buscando se conhecer para identificar algo diferente se por ventura vier a ocorrer e a partir daí procurar a gente. Notamos que hoje as mulheres estão muito conscientes e engajadas nessa campanha de prevenção. O Outubro Rosa veio com essa finalidade e está cumprindo sua função. Notamos que as mulheres estão mais atentas. Então, se nesse momento estamos sem realizar os exames de rastreamento para o diagnóstico precoce do câncer de mama, que elas façam o autoexame que deve ser uma rotina na vida da mulher. E a partir do momento que ela identificar alteração, um nódulo palpável, tem alteração de secreção com sangue, liga na Unidade e nós vamos atender.

"A prevenção não é apenas em outubro, mas o ano inteiro e nós estamos aqui todos os meses"

A mensagem então é que as mulheres em casa façam a sua parte na prevenção?

A gente orienta as mulheres a, não só no mês de outubro, mas durante todos os meses do ano a buscar se conhecer melhor. É desta forma que vamos identificar eventuais alterações e agir preventivamente. Que elas estejam atentas a tudo isso e se preocupem com sua saúde. Embora não estejamos com nossa capacidade operacional, a Unidade não está deixando de atende-la. Então a mensagem que deixo às mulheres é para que elas não se preocupem com a prevenção apenas em outubro, mas o ano inteiro e nós estamos aqui em novembro, dezembro, janeiro e todos os meses do ano.

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