O hipotireoidismo subclínico (HSC), hormônios produzidos pela tireoide, localizada na região anterior do pescoço e com funções de controlar o metabolismo celular do nosso organismo, é devido concentrações séricas de tireotrofina (TSH) acima do limite superior e concentrações normais de tiroxina livre, ou T4-L. Ocorre mais frequentemente em mulheres e idosos.
Podem não apresentar sintomas como podem ter os típicos ao hipotireoidismo como uma constipação intestinal , aumento da sensibilidade ao frio, fadiga, aumento de peso, alterações menstruais, dores musculares, pele seca, depressão, cabelos e unhas quebradiças, inchaço pelo corpo- mais maõs , pés e rosto, entre outros.
Discutirei com vocês tópicos recentemente publicados pelo “ Consenso Brasileiro para a Abordagem Clínica e Tratamento do Hipotireoidismo Subclínico em Adultos”.
Situações nas quais é importante a investigação de HSC : Suspeita clínica de HSC; História pessoal/familiar de doença autoimune ou doença tireoideana; mulheres acima de 35 anos ; tireoidectomia prévia; depressão; terapia com iodo radioativo; dislipidemia; hiperprolactinemia; Diabetes Mellitus 1; Síndrome de Down; Tratamento com lítio ou amiodarona; Síndrome de Turner.
Outro ponto de conflito é a forma de diagnosticar o HSC, uma vez que o limite de TSH pode variar em diferentes populações, com a raça e com a idade. O Consenso Brasileiro considerou valores de referência do TSH em adultos entre 0,4 e 4,5 mUI/L . As crianças e os idosos deveriam ser avaliados de acordo com faixas de referência específicas para cada idade. A distribuição média do TSH em idosos acima de 60 anos é de 4,7 mUI/L até 69 anos ; de 5,6 mUI/l até 79 anos e de 6,3 mUI/L para os maiores de 80 anos. E para as gestantes valores de referência de TSH: de 0,1 a 2,5 mUl/L no primeiro trimestre; e de 0,3 a 3,5 mUl/L no terceiro trimestre.
Para decidirmos se trataremos o paciente com HSC avaliamos os fatores preditores como sexo feminino, autoimunidade tireoideana, concentração sérica de TSH , ingestão elevada de iodo. Daremos preferencia ao tratamento os com TSH > 10 mUl/L, tabagismo e resistência insulínica , com maior risco de dislipidemia e melhora da hipercolesterolemia com tratamento do HSC . Além disso, em indivíduos com idade menor que 65 anos, também se observaram evidências contundentes da existência de associação do HSC com doença cardíacas, sendo mais importante o tratamento abaixo desta faixa etária.
Podem ocorrer elevações transitórias do TSH durante a vida, por isto,devemos repetir o exame de 3 a 6 meses para a confirmação da presença de HSC persistente .
Nos casos de TSH <10mUl/L , o tratamento pode ser individualizado para: Grupos específicos de pacientes abaixo dos 65 anos de idade, assim como em mulheres com anticorpo antitireoperoxidase (anti-TPO) positivo e/ou alterações ultrassonográficas sugestivas de tireoidite de Hashimoto com elevação progressiva das concentrações de TSH; e pacientes com doença cardiovascular preexistente ou risco cardiovascular elevado (como síndrome metabólica, dislipidemia, diabetes e hipertensão arterial).
O fármaco de escolha no tratamento do HSC é a levotiroxina sódica, hormônio da tireoide T4 . Deve ser tomada em jejum, de preferência 60 minutos antes ou 2 horas após o café da manhã. Vários alimentos e medicamentos podem interferir na absorção da levotiroxina. Assim, deve-se ingeri-la com água e fora do horário de outros medicamentos, particularmente sais de cálcio , ferro e antiácidos.
Importante procurar seu médico especialista para poder abordar melhor seus riscos, seus benefícios, com exames clínicos e laboratoriais, afim de obter uma conduta individualizada a cada paciente.