Caderno Viva

Caminho da Luz



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Em busca de contemplação da natureza e o desafio de subir pela quarta vez no ponto mais alto do Brasil, o casal de empresários fernandopolenses, Celso Rola e Lúcia Beppu fez a peregrinação pelo ‘Caminho da Luz’ em um grupo de quase 70 pessoas de sete estados do Brasil. “Temos uma relação muito legal com aquele lugar. Muitas pessoas vão com propósito de pagar promessa, de se encontrar, e, em nosso, caso era mais para contemplação da natureza. É a quarta vez que vamos até a montanha e, dessa vez também fomos fazer a caminhada”, contou Celso.
O Caminho da Luz é um trajeto que foi percorrido por tropeiros, religiosos, aventureiros, pesquisadores e guarda lendas, histórias e encantos que são preservadas pela população. Muito procurado por quem gosta de caminhadas e aventuras, o ponto de partida do trajeto que dura de seis dias é a cidade de Tombos, em Minas Gerais, mais precisamente na cachoeira que leva o mesmo nome. “É uma cachoeira muito bonita, e considerada a segunda ou terceira maior do país em volume de água. Depois fomos para Carangolas e assim seguimos de cidade em cidade. O princípio da peregrinação é se hospedar em lugares coletivos mas, em nosso caso, preferimos ficar em pousadas para que pudéssemos dormir bem e descansar para o próximo dia”, explica Celso. As bagagens com as malas dos peregrinos eram transportadas de uma cidade para a outra em veículos e quando chegavam ao próximo destino já estavam lá. 
Segundo Lúcia, o casal já é adepto das longas caminhadas e tiveram uma preparação bem simples para encarar a viagem. “Nos preparamos fazendo caminhada, realizamos o popular ‘longão’ de 18 a 20km, fizemos musculação, pilates, mas nada de alta performance. É uma caminhada que qualquer um que se dispõe a fazer com alguma preparação consegue chegar ao final. Foram mais de 160 quilômetros percorridos em seis dias. O trecho mais longo foram 35 quilômetros e o Pico da Bandeira, que entre subida e descida totalizou 14 quilômetros”, contou Lúcia.
Para o casal, o momento mais difícil do percurso foi a subida do Pico da Bandeira, considerado o terceiro mais alto do Brasil e montanha sagrada do Brasil. “Partimos de setecentos em poucos metros para 2.080m. Não é um desafio fácil, porém não é preciso ser atleta ou alguém que saiba fazer escalada. Mas, ele é bem difícil e desafiador. Chegando lá, você está na divisa de Minas Gerais com o Espírito Santo. É uma visão extremamente bonita”, relata o empresário.
Lúcia conta que o Caminho da Luz foi descoberto pelos índios da região que caminhavam até o Pico para realizarem seus rituais sagrados. “Então, a montanha tem essa coisa muito mística, de uma energia muito forte e um sagrado absurto. É a natureza muito presente e a gente gosta muito disso. Com toda a exaustão que foi a subida, quando cheguei lá senti a energia renovada. Valeu cada passo e cada minuto. É extraordinário”, disse com os olhos brilhando de emoção.
Ao alcançarem o topo, o casal fez questão de registrar a conquista com uma bandeira da cidade de Fernandópolis. “A ideia de levar a bandeira do município foi da Lúcia. É aqui que a gente vive e ama. Fizemos questão de levar para celebrar nossa chegada lá em cima. É um sentimento de satisfação e conquista. Ao chegar você se depara com aquela vista espetacular, que nem mesmo as fotografias conseguem captar e representar aquilo que estávamos vendo”, descreve Celso.
“Lá de cima você tem uma visão que é coisa de plenitude. Você está no limite do seu corpo e, ao chegar, prova que é possível atingir os objetivos. Quando temos outras pessoas ao nosso lado fica muito mais fácil”, revela a empresária. 
Perguntamos se o casal já tem planos de uma próxima aventura e Lúcia disse que por enquanto, não. “Deixa a gente descansar as ‘perninhas’ primeiro, pois ainda estão bem ‘doloridinhas’ (risos). Aqui na região já nos indicaram algumas estradas e trechos. Então, por aqui vamos caminhar muito, mas longe ainda não pensamos em outra não”, finaliza.