Caderno Viva

CONFISSÃO DE PEDRO EM CESARÉIA DE FILIPE



 

 

            Chegando a região de Cesaréia de Filipe, atualmente Banyias, ao pé do Monte Hermon, nas nascentes do Rio Jordão, ao norte do Mar da Galileia, Jesus tomou a iniciativa de manifestar-se aos apóstolos de forma mais clara, após uma convivência de mais de um ano. O que a opinião pública dizia a seu respeito, não os inimigos. Uns dizem que é João Batista que ressuscitara, outros Elias que tinha a missão de preparar o caminho do Messias, outros Jeremias que mostraria o lugar onde se escondera o tabernáculo, a arca e o altar dos incensos.

               O povo impressionado pela personalidade, doutrina e pelos milagres de Jesus de Nazaré, o reconheceu como um profeta. Voltando-se para os discípulos pergunta-lhes: “E vós quem dizeis que eu sou”. Pedro como porta-voz do grupo responde: “Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo”. É uma resposta muito importante reconhecer Jesus como o Messias, mas mais importante ainda é a afirmação “O Filho do Deus vivo”.

               Após confessar Jesus como Messias e Cristo Jesus lhe faz uma promessa. Pedro será a Pedra sobre a qual será construída a Igreja de Cristo. Na Bíblia quando se dá um nome ou se muda o nome da pessoa significa que se está conferindo uma missão especial. Pedro e os sucessores terão uma missão relevante no novo povo de Deus, rocha e fundamento visível da sua unidade e permanência (LG 18,1;13,3).

               A cátedra de Pedro por decisão de Jesus será o alicerce visível da unidade e duração do povo redimido por Jesus e com o qual Ele estará todos os dias. As forças do mal e da morte, o poder do inferno não terão condições de derrotar a eleita do Senhor.

               Pedro recebe o poder das chaves – poder de ligar e desligar. Jesus transfere a ele sua autoridade, de proibir, não aprovar, excluir da comunidade. Desligar é permitir, aprovar reintegrar na comunidade. Pedro será o mordomo da casa do Senhor, exercendo o poder de disciplinar – admitir ou excluir as pessoas –decidindo sobre a autoridade doutrinária, de fé de moral. Expressa o governo, o magistério, o discernimento e o juízo de absolvição ou condenação.

               As perguntas de Jesus permanecem de uma atualidade impar. Hoje as pessoas tem opinião sobre Ele, porque a sua pessoa é de tal expressão na história humana que não é possível passar sem ser notada. Na sua vida terrena Jesus de Nazaré foi sinal de contradição, pedra de tropeço, continuando através dos tempos até hoje. Sua pessoa, seu nome e a sua missão prolongada pela Igreja e pelos cristãos provocaram aceitação, recusa, perseguição e o seguimento incondicional. Quem o conheceu não fica indiferente diante dele.

               A pergunta que permanece hoje é “E vós quem dizeis que eu sou?” Essa pergunta continua esperando uma resposta. É a pergunta central: Em quem se crê? É necessária uma resposta comprometida, que envolva nosso ser, nossa vida, nossa realidade total. Amém! Assim Seja!